Agora ele foi longe demais: todas as vezes que Tarantino exagerou na dose

Tarantino estreou nesta quinta-feira (15) seu nono filme, “Era Uma Vez...em Hollywood”, que já foi criticado pela família de Bruce Lee

Nesta quinta-feira (15) estreou “ Era Uma Vez...em Hollywood ”, nono – e possivelmente penúltimo – filme de Quentin Tarantino. O celebrado diretor americano cravou seu nome em Hollywood por conta de seu cinema inventivo, mas cheio de referências aos seus próprios ídolos.

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Filmes de Quentin Tarantino

Outra característica sempre presente nos longas do diretor é a violência e os temas polêmicos. É assim com o sucesso mais recente, onde ele reconta uma conhecida história. Se em “ Bastardos Inglórios ” ele muda o destino de Hitler, em “ Era Uma Vez...em HollywoodTarantino revive o assassinato da atriz Sharon Tate, vivida no longa por Margot Robbie.

Embora o tema em si seja polêmico, o que causou controvérsia foi outra cena, envolvendo Bruce Lee. Vivido por Mike Moh, o mestre das artes marciais aparece em uma cena com Cliff Booth (Brad Pitt). Lee é extremamente arrogante e fica listando seus feitos, até que diz, cheio de si, que derrotaria Muhammad Ali. Desafiado por Cliff, ele acaba sendo atirado em um carro.

A filha de Lee, Shannon Lee, não gostou e disse que o pai foi mostrado como um “arrogante idiota” e não “alguém que teve que trabalhar três vezes mais para conseguir o que outros conseguiam naturalmente”.

"Os Oito Odiados"

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Filmes de Quentin Tarantino

O longa é uma segunda versão de “Cães de Aluguel” de época e se passa quase inteiro em um ambiente. Ainda assim, “Os Oito Odiados” (2015) nunca perde o ritmo agitado e é cheio de reviravoltas. O filme não tem nenhuma cena que passa dos limites, mas se envolveu em algumas polêmicas de bastidores. A primeira dava conta da falta de mulheres – são apenas duas atrizes – no elenco.

O longa também teve seu roteiro vazado antes das gravações, o que fez com que Tarantino quase desistisse de gravá-lo. Mais recentemente, a crítica veio do músico Ennio Morricone, autor de famosas trilhas-sonoras do cinema. Ele teria dado uma entrevista à Playboy onde criticava Tarantino e o chamava de “cretino”. Morricone depois negou ter feito essas declarações.

"Django Livre"

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Filmes de Quentin Tarantino

O filme por si só já foi polêmico pela forma como Tarantino trata a escravidão. O diretor Spike Lee, na época, criticou Tarantino por transformar a injustiça sofrida por negros em um “spaghetti western”. “Django” (2012) é um dos filmes mais violentos do cineasta, e mostra em detalhes a crueldade sofrida por escravos. Em uma cena sádica, Django (Jaime Foxx), acompanhado de Calvin (Leonardo DiCaprio), assiste a punição de um escravo que “burlou as regras”: ele é comido por cães raivosos.

"Bastardos Inglórios"

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Filmes de Quentin Tarantino

Não dá para dizer que o diretor chegou a passar dos limites, mas ele com certeza reescreveu a história ao matar Hitler queimado dentro de um cinema em “Bastardos Inglórios” (2009).

"A Prova de Morte"

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Filmes de Quentin Tarantino

Em 2007 Tarantino, ao lado de Robert Rodriguez, lançou “Grindhouse” – um conjunto de dois filmes. Ele dirigiu um deles, “A Prova de Morte”, o quinto filme de sua carreira. O longa mostra um grupo de amigas se divertindo livremente quando conhecem um dublê que acaba tentando mata-las.

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As amigas abusam de looks sensuais, shorts curtos e atitudes sexy que foram apontadas como estereótipos que diminuem a importância das mulheres no cinema, relegando-as a objetos. O filme, porém, vai além e oferece uma vingança também característica dos filmes de Tarantino.

"Kill Bill Vol. 1 e 2"

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Filmes de Quentin Tarantino

Dessa vez Tarantino foi longe demais mesmo. “Kill Bill” foi um sucesso em 2003, quando foi lançado, ele imediatamente se transformou em um cult. A sequência no ano seguinte concluiu a saga da noiva (Uma Thurman) e marcou o retorno da parceria da atriz com o diretor.

Foi apenas em 2018, após a era “Me Too”, que os bastidores da produção vieram a tona. Um vídeo sem cortes da gravação de uma cena mostram Thurman sofrendo um acidente ao dirigir sem segurança. Tarantino chegou a admitir a culpa por não garantir a segurança da atriz, que seguiu tendo boa relação com o diretor.

"Jackie Brown"

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Baseado em um livro com uma protagonista branca, Tarantino transformou a mocinha em Jackie Brown para que Pam Grier pudesse interpretá-la. O filme de 1997,que desenvolve um debate racial e social, fez com que o diretor tivesse um inimigo bem público: Spike Lee. O diretor foi muito crítico a Tarantino, especialmente pelo uso excessivo da palavra “nigger” – termo pejorativo para descrever negros.

"Pulp Fiction"

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Filmes de Quentin Tarantino

Um dos filmes mais celebrados do diretor, “Pulp Fiction” (1994) tem muitos momentos marcantes. A cena do roubo no começo, o famoso diálogo entre Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson) sobre o “royale with cheese” e Travolta e Uma Thruman dançando, entre outros.

Mas, para um filme que já tem tantos momentos chocantes, um passou dos limites: quando o lutador Butch Coolidge (Bruce Willis) e o criminoso Marsellus Wallace (Ving Rhames) são feitos reféns e abusados sexualmente por um homem. A cena é muito chocante até mesmo para os padrões Tarantinescos.

"Cães de Aluguel"

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Filmes de Quentin Tarantino

Uma excelente estreia de um diretor, “Cães de Aluguel” tem muitos elementos que se repetiriam nos oito filmes seguintes do cineasta. E como ele faria pelo resto da carreira, algumas cenas são chocantes. A mais impactante, no entanto, é quando Blonde (Michael Madsen) corta a orelha de um policial.

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Esse tipo de cena de violência explícita se tornaria uma das marcas de Tarantino , mas em 1992 foi muito chocante, mesmo para um filme feito para impactar.