"Bacurau", de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ganhou, neste sábado (25), o Prêmio do Júri no 72º Festival de Cannes - honra dividida com "Les miserables", de Ladj Ly. O filme foi exibido no dia 15, com a presença da dupla de diretores e parte do elenco. A repercussão na imprensa internacional foi positiva, com algumas poucas criticas mistas e negativas.
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O longa " Bacurau " marcou a volta de Mendonça a Cannes três anos após disputar a Palma de Ouro com “Aquarius” e ganhar as manchetes ao protestar publicamente, ao lado do elenco e da equipe, contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Desta vez, a única manifestação política surgiu nos créditos finais, em um letreiro dizendo que a produção, rodada no sertão do Seridó, na divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba, gerou 800 empregos.
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Nome da fictícia cidade onde se passa a história, "Bacurau" é o apelido do último ônibus da madrugada em Recife. Vem do pássaro de perna curta e asa longa que voa de noite. No filme, a cidadezinha perde a matriarca e, dias depois, descobre que a própria comunidade desapareceu do mapa.
“ Bacurau ” não tem um protagonista claro. É um “filme coral”, distribuído entre várias vozes. Curiosamente, reúne as duas atrizes que viviam a heroína de “Aquarius”: Bárbara Colen (a Clara mais jovem), e Sonia Braga (a Clara madura). O elenco é uma mistura de rostos familiares e inéditos no cinema.
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Um dos rostos é bastante conhecido, mas não de filmes brasileiros: o ator alemão Udo Kier, que já trabalhou com Dario Argento (“Suspiria”, 1977), Rainer Werner Fassbinder (“Lili Marlene”, 1981), Lars von Trier (“Dançando no escuro”, 2000) e até Madonna (no clipe “Deeper and Deeper”, de 2009).