“Brightburn – Filho das Trevas” tem uma premissa poderosa. E se o Superman fosse ruim? O filme, dirigido pelo novato David Yarovesky, brinca com a percepção em torno do homem de aço e se resolve como um filme de terror incrivelmente original a partir dos códigos das HQs. Algo que faz todo o sentido do mundo quando se descobre que James Gunn (“Guardiões da Galáxia”) produz e está criativamente envolvido no projeto.

Cena de Brightburn, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (23)
Divulgação
Cena de Brightburn, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (23)

Logo no começo do filme descobrimos que Kyle (David Denman) e Tori Breyer (Elizabeth Banks) estão tentando ter um filho e descobrimos também que uma criança cai do céu, assim como aconteceu com os Kent nas HQs da DC Comics. O tempo passa e esse casal de Brightburn cuida de seu filho com muito amor e carinho.

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Quando Brandon (Jackson A. Dunn) está próximo de completar 12 anos, no entanto, ele começa a ser atraído pela nave em que chegou à Terra, guardada em uma parte remota do celeiro da família. Coisas estranhas começam a acontecer com o menino que logo percebe não ser normal.

O longa não perde tempo e começa a dimensionar sua premissa com bastante engenho e atmosfera. Aos 12 anos e ciente do incrível poder que ostenta, Brandon se toma como especial e incontornável. É interessante porque o filme trabalha com o subtexto da incompreensão e da ideia de imortalidade que acometem a adolescência, o que dinamiza o drama.

Elizabeth Banks em cena de Brightburn - o Filho das Trevas
Divulgação
Elizabeth Banks em cena de Brightburn - o Filho das Trevas

Outra depreensão interessante no filme é que Kyle e Tori dão amor e carinho para seu filho, além de transmitir valores íntegros e necessários para sua criação, tal como os Kent fizeram com Clark, mas isso não é suficiente para impedir que Brandon dê vazão a sua natureza psicopata. Eis aí um paralelo com a violência de origem irrastreável em nosso tecido social e que assombra pais e mães mundo afora. É um acréscimo de um filme que objetiva entreter, mas tem consciência de suas potencialidades narrativas.

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“Brightburn” não encampa discursos sociais em momento algum. Há humor, às vezes perverso, sagacidade narrativa, como apontado nos parágrafos anteriores, e atenção ao gore e ao trash, reafirmando a curadoria de Gunn , para esculpir um filme realmente original e que não tem qualquer compromisso com expectativas hollywoodianas. Um dos maiores prazeres desse longa que se assume B com muito orgulho e imaginação.

Ficha Técnica:

“Brightburn: Filho das Trevas”

Nome original: Brightburn

Gênero: Terror

Duração: 91 min

Classificação etária: 16 anos

Direção: David Yarovesky

Roteiro: Brian Gunn e Mark Gunn

Elenco: Elizabeth Banks, David Denman e Jackson A. Dunn

Site oficial: www.brightburn.movie

Estreia: 23/05/2019

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