Ator estava internado em clínica da Zona Sul do Rio de Janeiro
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Ator estava internado em clínica da Zona Sul do Rio de Janeiro

Morreu, na noite deste sábado (11), aos 92 anos, o ator e comediante Lúcio Mauro. Internado há dois meses em uma clínica na Zona Sul do Rio de Janeiro, ele não resistiu a problemas respiratórios.

A informação foi confirmada pelo filho do ator, Lúcio Mauro Filho, que fez uma bonita homenagem ao pai em uma publicação nas redes sociais, relembrando a carreira de Lúcio Maur o e toda a influência em sua própria carreira.

"Papai foi um pioneiro, saiu do teatro de estudante lá no Pará, foi pro Recife, fez rádio, inaugurou a televisão no Nordeste e de lá, veio para o Rio de Janeiro pra se tornar um dos maiores artistas deste país. Me influenciou em tudo. O homem que sou, o artista, o pai de família, o amigo. Eu nada seria sem seus ensinamentos", disse.


Em março, Lúcio Mauro completou 92 anos, e seu filho, Lúcio Mauro Filho, compartilhou uma foto para festejar a data. Na imagem, Lúcio Mauro aparece com filhos, a nora, Cíntia Oliveira, e os netos, Liz, Bento e Luiza.

“Só foi possível graças a sua força, e também ao amor incondicional que sentimos por ti. Hoje comemoras os seus 92 anos. Comemoramos a sua existência e a nossa sorte de carregar seu sangue. Feliz Aniversário, meu pai! Juntos sempre!”, postou em uma rede social na ocasião.

Relembre a trajetória de Lúcio Mauro

Lúcio de Barros Barbalho, mais conhecido como Lúcio Mauro, nasceu em Belém do Pará, no dia 14 de março de 1927. Estreou na Globo em 1966.

Integrou o elenco de alguns dos principais programas de humor da emissora como "Chico City" (1973), "Os Trapalhões" (1989) e "Escolinha do Professor Raimundo" (1990).

Participou da criação, dirigiu e atuou em outras dezenas de programas de humor na televisão, com destaque para "Balança Mas Não Cai (1968), com releituras de quadros de sucesso da Rádio Nacional nos anos 1950.

Estreia na TV Globo

Em 1966, Lúcio Mauro estreou na Globo , no humorístico "TV0–TV1", ao lado de Jô Soares, Agildo Ribeiro, Paulo Silvino e outros, sob direção de Augusto César Vannucci.

Dois anos depois, criou e dirigiu na Globo o humorístico "Balança Mas Não Cai" (1968), escrito por Max Nunes e Haroldo Barbosa, e transmitido, ao vivo, até 1971.

O programa tinha o quadro Ofélia e Fernandinho, estrelado por Lúcio e Sônia Mamede (1936-1990).

Já no programa de variedades "Alô Brasil, Aquele Abraço" (1969), o comediante protagonizou um dos momentos mais inusitados de sua vida: um dos apresentadores das atrações regionais, como representante da região Norte, ficou em último lugar em uma das competições e recebeu como castigo lavar a cabeça da estátua do Cristo Redentor.

Outros papéis

Trabalhou no musical "Viva a Revista!" (1969) e foi ator e diretor do programa de humor "Uau, a Companhia" (1972). Quando "Balança Mas Não Cai" foi para a TV Tupi, nos anos 1970, ele acompanhou os colegas do programa e deixou a Globo por um tempo.

Voltou para integrar o elenco de "Chico City" no final da década. Ficou marcado como o diretor do ator canastrão Alberto Roberto, interpretado por Chico Anysio. Em seguida, voltou a dirigir e atuar na nova versão de "Balança Mas Não Cai" (1982) na Globo, sendo também diretor de "A Festa é Nossa", semanal que tinha como cenário fixo a cobertura de Ofélia e Fernandinho.

Ainda na década de 1980, Lúcio Mauro participou de " Chico Anysio Show" (1982) e "Os Trapalhões" (1989), revivendo com Nádia Maria a dupla Fernandinho e Ofélia. Em 1983, interpretou o médium Chico Xavier no "Caso Verdade Chico Xavier, um Infinito Amor". Em 1988, fez uma participação na minissérie "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes, como Dr. Quindim.

Na década de 1990, viveu Aldemar Vigário, da "Escolinha do Professor Raimundo", sempre bajulando o professor interpretado por Chico Anysio. Trabalhou em um episódio de "Você Decide" (1992), foi do elenco de "Malhação" (1995), atuando como Dr. Palhares, pai do Mocotó (André Marques), e atuou na novela infantil "Caça-Talentos" (1996), com Angélica.

Em seguida, integrou o elenco de "Chico Total" (1996). Em 1998, encarnou o bicheiro mafioso Neca do Abaeté na minissérie "Dona Flor e Seus Dois Maridos", escrita por Dias Gomes com base no romance de Jorge Amado. Viveu o advogado Nonato na segunda versão da novela "Pecado Capital", de Glória Perez com base no original de Janete Clair; atuou em um episódio de "Sai de Baixo"; e participou em "Meu Bem Querer", de Ricardo Linhares.

A partir de 1999, Lúcio Mauro retomou personagens em "Zorra Total". Refez o quadro Fernandinho e Ofélia, desta vez com Claudia Rodrigues. Também integrava o elenco do programa seu filho, o ator Lúcio Mauro Filho. Em março de 2001, o humorista voltou à nova temporada da "Escolinha do Professor Raimundo", vivendo o popular Aldemar Vigário.

Nesta década, participou de "Os Normais", "A Grande Família", "A Diarista", "Sob Nova Direção", "Programa Novo", "Faça a Sua História" e "Zorra Total". Neste último, em 2012, viveu o personagem Ataliba, um vovô surfista, amigo de Gumercindo (José Santa Cruz), um senhor skatista. Os dois tentavam conquistar moças no vagão do Metrô Zorra Total. A dupla reviveu a parceria da estreia de Lúcio Mauro em humor na TV, em 1960.

Em 2007, participou de "Paraíso Tropical", de Gilberto Braga, como Veloso. Em 2008, esteve na série "Casos e Acasos" e na novela "A Favorita", de João Emanuel de Carneiro, no papel de Sabiá. No remake de "Gabriela" (2012), viveu Eustáquio. No penúltimo episódio de "A Grande Família" (2014), Lúcio Mauro interpretou Rui, um amigo de Agostinho Carrara (Pedro Cardoso).

Sua filmografia tem "Terra sem Deus" (1963), de José Carlos Burle; "007 ½ no carnaval" (1966), de Victor Lima; "Redentor" (2004), de Claudio Torres; "Cleópatra" (2008), de Júlio Bressane; e "Muita Calma Nessa Hora" (2010), de Felipe Joffily.

Em 2008, o humorista estreou a peça "Lúcio 80-30", dividindo o palco com Lúcio Mauro Filho, autor e diretor do espetáculo, e com outros dois filhos, Alexandre Barbalho e Luly Barbalho.

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