Pelo quinto ano consecutivo o mercado de livros no Brasil fechou em queda. Em 2018, o setor editorial produziu 350 milhões de exemplares, vendeu 352 milhões e faturou R$ 5,12 bilhões — o que representa uma queda real de 4,5% em relação ao balanço de 2017. O tombo só não foi maior porque o governo aumentou suas compras. 

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O mercado dos livros e das revistas passam por transformações que as empresas têm tentado acompanhar
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O mercado dos livros e das revistas passam por transformações que as empresas têm tentado acompanhar


Os dados foram divulgados nesta segunda (29) na nova edição do estudo "Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro", realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Os números não levam em conta o mercado de livros digitais, os e-books.

A pesquisa avalia a venda dos exemplares físicos no mercado e para o governo, dividido por quatro subsetores: didáticos, religiosos, científicos, técnicos e profissionais (CPT) e obras gerais (ficção e não ficção). Em termos reais, todas essas áreas apresentaram queda nas vendas.

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Já o mercado dos exemplares religiosos foi o que menos sofreu, fechando com um decréscimo real de 2,6%. O subsetor CTP teve o pior resultado, apresentando um recuo de 20,3% em termos reais. O mercado de didáticos apresentou diminuição real de 9,1%  e o subsetor de obras gerais, importante indicador sobre hábitos de leitura, caiu 6,8% em relação a 2017.

Segundo o presidente da CBL, Vitor Tavares, o desemprego e a crise econômica dos últimos cinco anos são as principais causas dos decréscimos consecutivos.

“Acredito que já chegamos lá embaixo. A próxima pesquisa (sobre o ano de 2019) deve indicar que, no mínimo, paramos de cair”, afirmou Tavares.

No entanto, os dados do primeiro trimestre deste ano não são tão animadores. Divulgada na semana passada, a edição da pesquisa Painel de Vendas de Livros no Brasil, realizada pela Nielsen, sob encomenda do Sindicato Nacional dos Editores (Snel), mostrou que o faturamento com as vendas até o mês de março encolheu 25% na comparação com o mesmo período do ano passado.

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A retração é atribuída à crise nas duas principais livrarias do país, Cultura e Saraiva, que entraram em processo de recuperação judicial no fim do ano passado. Em número de exemplares o tombo é de 30%, o que representa 1,2 milhão de livros a menos. Segundo a pesquisa, o faturamento até março deste ano foi de R$ 134 milhões, contra os R$ 180 milhões do mesmo período de 2017.

Porém, segundo Vitor Tavares, apesar disso, é importante ressaltar o crescimento em 2018 de 17,45% do canal de distribuição de livros , o que já demonstra uma busca das editoras por canais de venda alternativos e por livrarias independentes.

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