"Mal Nosso" agrega elementos do terror em produção sem medo de ser trash
Longa independente nacional une diversos elementos do cinema de horror
Por Reinaldo Glioche |
O cinema de gênero brasileiro vive uma de suas safras mais bem aventuradas e é justamente por isso que uma produção como “Mal Nosso”, totalmente independente, pode ver a luz do dia. O longa de Samuel Gali agrega diversos elementos do cinema de horror, como satanismo, serial killer e o gore em uma trama com boas ideias, mas uma execução deverás amadora.
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“ Mal Nosso ” começa com Arthur (Ademir Esteves) contratando os serviços de um assassino na deep web. Logo de partida, Gali demonstra que não está disposto a fazer concessões. Seu filme quer ser trash de um jeito que o cinema brasileiro parece ter desaprendido.
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Arthur contrata Charles (Ricardo Casella) para eliminar uma pessoa em virtude de uma maldição de seu passado. É a deixa para conhecermos um pouco mais do serial killer e também do passado de Arthur.
Filmado com a tarimba de um iniciante, a câmera fica a maior parte do tempo estática ou com enquadramentos acadêmicos, o longa sofre com diálogos artificiais, um elenco que parece não acreditar no roteiro e com cenários, figurinos e maquiagens deficientes. Se o roteiro é esperto e navega bem pelos diferentes registros do terror, ainda que careça de certo refinamento, a realização é atabalhoada e óbvia.
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No limiar, “ Mal Nosso ” parece um TCC de uma faculdade de cinema com uma alegoria cheia de boas intenções sobre a natureza humana. Como bem sabe o protagonista, o inferno está cheio de boas intenções.