"Mal me quer" faz graça da banalidade com que o divórcio é encarado atualmente
Nova série da Warner Channel, dos produtores de "Porta dos Fundos", mostra casal que precisa se separar para proteger patrimônio financeiro
Por Reinaldo Glioche |
A primeira série brasileira da Warner Channel estreia nesta quinta-feira (7), às 19h30, e "Mal me Quer" deve agradar tanto um público que curte as sitcoms do canal ("The Big Bang Theory", "Mom", "Friends" e "Two and a Half & Men" são alguns exemplos) como aquele público mais acostumado com o humor de esquetes, tão bem manipulado pela trupe do "Porta dos Fundos".
Leia também: Nova série da Warner, "Whiskey Chevalier" combina espionagem, ação e comédia
E "Porta dos Fundos" é uma referência importante porque o controle criativo de "Mal me Quer" compete a Ian SBF, produtor e diretor do "Porta" e conta com Júlia Rabello, também produtora e atriz do coletivo de humor, como protagonista.
A série, que conta ainda com Klara Castanho e Felipe Abib entre os destaques do elenco, conta a história de Marcel (Abib) e Olívia (Rabello), que precisam se divorciar depois que ele cai em um golpe aplicado por seu contador. A ideia é resgardar o patrimônio da família com essa medida extrema. "Depois eles podem até casar de novo" exorta um advogado consultado pelo casal ainda no 1º episódio.
Enquanto encaminham desastradamente essa tática para resguardar as finanças e proteger as crianças, Marcel e Olívia acabam descobrindo algumas razões que realmente fazem valer o divórcio. Esse é o mote da série apressadamente apresentado em um piloto de pouco mais de 20 minutos.
Você viu?
Leia também: O futuro das fake news pode ser um apocalipse digital
Se as piadas parecem por demais roteirizadas neste começo, a tendência é que a coprodução entre Warner Channel e Boutique Filmes se equilibre nos demais episódios. São seis ao todo.
Enlatados brasileiros
A produção, no entanto, obedece uma lógica que durante muito tempo associou-se a produtos americanos. Se o streaming mudou esse panorama por lá, no Brasil a coisa ainda engatinha. Desde que a Lei do Audiovisual estabeleceu cota mínima de produção nacional para todos os canais pagos, o investimento em séries alargou-se.
Sony e Fox se experimentaram no formato da sitcom com "Agora Sim" e "Prata da Casa" e as produções não foram além da primeiar temporada. Já as séries dramáticas brasileiras para a TV paga parecem ter melhor sorte. "Sessão de Terapia", originalmente do GNT e agora do Globoplay, é um exemplo. "1 Contra Todos" da Fox, outro.
Leia também: Fevereiro na Netflix tem Steven Soderbergh e série do autor de "Game of Thrones"
O desafio à frente de "Mal me Quer", como se vê, não é pequeno, mas a série parece dispor dos elementos e características para assegurar um futuro possível.