Ben Kingsley vive criminoso de guerra refém de seu passado em "Um Homem Comum"
Longa é uma das boas estreias deste final de semana em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e outras grandes cidades do País
Ben Kingsley é daqueles atores que sempre injetam muita emoção em um personagem e essa característica é o maior atrativo de “Um Homem Comum” , primeiro filme de Brad Silberling (“Cidade dos Anjos” e “Desventuras em Série”) em quase dez anos.
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O longa acompanha um general soviético, interpretado por Ben Kingsley , que vive um exílio peculiar. Criminoso de guerra e procurado mundo afora, ele vive escondido há anos e de tempos em tempos precisa mudar de esconderijo. Essa rotina o amarga e ele se considera vítima das circunstâncias, da incompreensão e da necessidade de se achar um vilão.
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São nessas circunstâncias que ele conhece Tanja (Hera Hilmar), empregada que costumava trabalhar para a proprietária anterior do apartamento em que ele está alocado. A convivência que começa forçada aos poucos ganha contornos mais afetivos e o velho general deixa transparecer as mágoas, os arrependimentos e as dores que o perturbam.
“Um Homem Comum” é um filme sobre criminosos de guerra e a maneira como tangencia essa figura tão singular, complexa e interessante não difere de tantos outros filmes com o mesmo perfil. Contudo, tem no veterano ator inglês um valioso catalisador. Kingsley aborda o general como um violinista que lê uma partitura. É um trabalho em que rigor e delicadeza caminham juntos.
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O filme, que bem poderia ser uma peça, confia a Ben Kingsley toda a sua articulação dramática para na cena final mudar completamente a perspectiva do público sobre aquela história e a sina do outrora temido general. O horror, afinal, desconhece patentes.