Conflitos íntimos e femininos ganham relevo na enigmática "Sharp Objects"
Nova série limitada da HBO, estrelada pela premiada Amy Adams, estreia globalmente neste domingo (8). Leia a crítica e saiba o que esperar
Depois do sucesso de “Big Little Lies”, que além de prêmios ganhou uma segunda temporada – a ser lançada em 2019 -, a HBO estreia neste domingo (8) “Sharp Objects”, sua nova aposta para cativar o público com uma minissérie, ou série limitada como comumente classificado atualmente.
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Com os mesmos oito episódios do hit da temporada passada e também com o ponto de vista e os conflitos femininos como protagonistas, “Sharp Objects” é uma adaptação da obra homônima e best-seller de Gillian Flynn e estrelado por Amy Adams (“Dúvida”, “Trapaça”).
A série acompanha a repórter Camille Preaker (Amy Adams) que retorna à sua cidade natal para cobrir um caso que pode muito bem ser de um serial killer. Após a morte de uma menina, outra desaparece e a pequena cidade está em polvorosa com as perspectivas ensejadas.
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A série começa com uma jovem Camille espetando a Camille adulta com a ponta de um clipe. É a senha para percebermos que há muita bagagem emocional em jogo, algo valorizado pelos muitos flashbacks presentes nos dois primeiros episódios já assistidos pelo iG .
A chegada da protagonista à pequena Wind Gap, no Missouri, é intempestiva. Ela resiste a estar lá e quando vai ao encontro da mãe Adora (a ótima Patricia Clarkson ) o espectador começa a intuir o porquê. Assim como em “Big Little Lies” um mistério em torno de um assassinato embala um drama de cores fortes e muitas reminiscências. Não à toa, Jean-Marc Vallée, que dirigiu os oito episódios daquela série, também está no comando da trama que tem a supervisão geral – e contribuição em alguns roteiros – de Flynn.
A espiral de segredos envolvendo o passado de Camille, sua tumultuada relação com a mãe, uma figura da alta sociedade de Wind Gap e as reverberações emocionais e práticas de uma investigação tão ruidosa como a do assassinato de adolescentes devem ser as linhas narrativas sobre as quais a série irá se apoiar.
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“Sharp Objects” , no entanto, se difere de “Big Little Lies” no ritmo e na costura dos conflitos. Aqui tudo é mais lento, subjetivo e intermitente. Flynn costumeiramente apresenta surpresas quando menos se espera e essa é uma narrativa que favorece esse tipo de intervenção. No drama estrelado por Nicole Kidman não era essa a tônica. Contudo, a decepção se afigura uma sombra mais imponente nessas circunstâncias.