"Big Little Lies" aposta na força de grandes atrizes na TV e deve agradar
Minissérie da HBO em sete episódios estreia neste domingo (19) e alia fórmulas já testadas em outras séries com a força dos nomes de Nicole Kidman, Shailene Woodley, Reese Witherspoon e Laura Dern
Por Reinaldo Glioche | , iG São Paulo |
Produzida e assinada por David E. Kelly , das séries “Justiça Sem Limites” e “Ally McBeal”, em parceria com o cineasta Jean-Marc Vallée, dos filmes “Clube de Compras Dallas” e “Livre”, a minissérie “Big Little Lies” promete ser uma das sensações do ano. Adaptada do livro de Liane Moriarty, a produção tem sete episódios, todos dirigidos por Vallée, que serão exibidos neste e nos próximos domingos na HBO . A estreia acontece hoje às 23h.
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O principal atrativo de “Big Little Lies” é indiscutivelmente seu elenco capitaneado por três atrizes de cinema que se experimentam na TV. Shailene Woodley (indicada ao Oscar por “Os Descendentes”), Reese Witherspoon (vencedora do Oscar por “Johnny & June”) e Nicole Kidman (vencedora do Oscar por “As Horas”) lideram um elenco de muito talento que conta com Laura Dern, Alexander Skarsgärd, Adam Scott, Zöe Kravitz, entre outros.
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Esse pedigree acrescenta status a uma fórmula já testada e aprovada na televisão americana, que é o drama familiar com reminiscências sociais. Produções como “Desperate Housewives”, “Brothers and Sisters” e mesmo shows da HBO como “Six Feet Under” e “Big Love” já navegaram por essa correnteza.
A primeira cena do piloto foca em um assassinato. O mistério sobre quem são vítima e assassino segue durante todo o episódio de aproximadamente uma hora. Esse adorno torna inquestionavelmente o piloto mais sedutor, mas pode desvirtuar a atenção do espectador do que realmente importa. “Big Little Lies” tem como força motriz personagens femininas que o espectador pode e deve perceber certa familiaridade. Whiterspoon faz uma mãe que se ressente da independência cada vez mais flagrante das filhas em relação a ela. Ressente-se mais ainda da boa relação de sua mais velha com a madrasta (Zöe Kravitz). Woodley faz a mãe solteira nova na cidade que recebe com a hesitação esperada o escrutínio dos novos vizinhos. Kidman, por fim, é a mulher mais velha casada com um bonitão mais jovem (Skarsgärd), mas a fachada de comercial de maragarina pode não ser assim tão cristalina.
Há, ainda, Laura Dern como uma mulher bem-sucedida, que optou pela carreira e sente sobre os ombros os julgamentos de uma comunidade que não aprova que uma mulher não se dedique integralmente à família. Essas reminiscências já trabalhadas em outros programas são apresentadas de uma maneira muito envolvente no piloto, que ainda instiga o público a retornar com essa trama de mistério a embalar os conflitos capitaneados por essas fortes personagens femininas.
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A HBO tem colhido bons frutos ao apostar em minisséries. “True Detective” foi tão fenomenal em 2014 que rendeu uma contestada, ainda que muito acima da média, segunda temporada. Ano passado, “The Night of” foi outro hit certeiro. “Big Little Lies”, até pelos nomes envolvidos, deve fazer mais barulho, inclusive nas premiações de 2017 e 2018. Trata-se de uma produção elegante, muitíssimo bem escrita e com potencial de cativar tanto fãs de um bom suspense, como o espectador que aprecia um bom drama.