A web foi uma das maiores invenções do homem, logo após a eletricidade, é claro. Desenvolvida para auxiliar em guerra, o sistema global de redes interligadas foi barateado e acabou mudando a maneira como as pessoas se comunicam, agem e pensam.  Ela literalmente deixou o cotidiano do ser humano de ponta cabeça e o mercado de revistas em alerta.

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revistas e stories
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revistas e stories

 Com o alto fluxo de informações na internet de maneira gratuita, investir dinheiro em assinaturas de revistas , jornais, entre outros veículos impressos, foi tornando-se cada vez menos viável. Afinal, por qual motivo você compraria um livreto, sendo que você pode ter acesso a mesma informação, e de graça, na palma de suas mãos?

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Segundo uma pesquisa realizada pelo IBOPE , em 2014, o Brasil está acima da média mundial quando o assunto é busca por informações na internet. Para 47% da população brasileira, a web é a primeira fonte procurada, enquanto para o restante do mundo, esse percentual registra uma média de 45%.

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Montagem / Divulgação

Mari Paraíba na Playboy e Bruna Marquezine na Capricho

 Muitos impérios consolidados sofreram fortes danos devido à baixa do consumo impresso. Um exemplo claro disto é o Grupo Abril. Responsável por revistas que eram sensações antes e depois dos anos 2000, a empresa hoje vive, mas mantém menos da metade das marcas e produtos que um dia já teve.

 Prova disso são publicações mensais, que após o declínio, começaram a ter tiragens trimestrais, depois tiragens anuais e, por fim, tiragens especiais — ou seja, uma edição de colecionador que é feita sob encomenda.

 Difícil encontrar títulos que passaram por esse martírio? Nada disso, marcas como a Playboy , Capricho e Quem são provas vivas. Hoje esses veículos continuam em atividade, mas apenas online.

 A migração inevitável para a web

Instagram
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É impossível falar de declínio do papel, sem falar da credibilidade que ele exerceu durante anos. Poucos sabem, mas o primeiro jornal a circular no Brasil, nem era produzido no país tropical.

Antigamente, as pessoas se informavam apenas pelas revistas, jornais, almanaques e guias. Hoje, tudo isso foi substituído pelo virtual e o veículo que não se adapta fica para trás, ainda mais com a presença forte das redes sociais.

É praticamente impossível mensurar o número de revistas e jornais que migraram para o mundo virtual assim que os números de suas tiragens entraram em decadência. O conhecido Notícias Populares é um exemplo para esta situação. Anos atrás, era uma empresa imponente, hoje está extinto.

 O social mídia Armindo Ferreira é um dos principais influenciadores de negócios do País. Consultor de novas tecnologias, redes sociais e assuntos ligados à web ele analisa o crescimento abrangente dos veículos online.

“A gente teve uma resistência natural de uma geração que veio do papel e tem um certo apego pela mídia física. Com a geração que nasceu 100% nativa e que só viu fotos digitais e filmes digitais é um processo natural. Quanto mais os jovens ficarem velhos, mais eles vão consumir conteúdo digital em relação a geração atual”, relata.

Diante disso, é perceptível em meio a era digital ver o quanto as redes sociais vem tomando conta dos veículos de comunicação. Contudo, é inevitável tocar nesse assunto sem comentar sobre o fenômeno da atualidade: o Instagram .

De acordo com Armindo Ferreira, essa transição das revistas chegando ao online e ganhando mais espaço nas redes sociais tem uma grande importância: “É como se o rio seguisse sempre seu curso independente do obstáculo. Quando o tablet surgiu, vieram os primeiros projetos para esse formato. Depois revistas para celular e até novos formatos digitais”, explica.

O Brasil na frente

Felipe Nolohan, Thaila Ayala e Cleo Pires posam para a capa da Dekquer Nation
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Felipe Nolohan, Thaila Ayala e Cleo Pires posam para a capa da Dekquer Nation
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Jacques Dequeker, o fundador da revista online

 Em disparate, o Brasil está à frente de muitos países e já possui uma revista totalmente online. Intitulada como Dqker Nation , a mídia é comandada pelo fotógrafo Jacques Dequeker. Em pouco tempo de vida, Cleo Pires, Felipe Titto, Camila Queiroz, entre outros famosos já passaram pelo novo conceito.

 A intenção do fotógrafo é abordar moda, lifestyle, cotidiano, entre outros assuntos, mas acima de tudo ter sua própria revista sem depender das bancas. O Instagram possui aproximadamente 800 milhões de usuários e esse é o público alvo de Jacques.

Jacques explica de onde veio a ideia de lançar uma revista totalmente para o Instagram: “As pessoas passam boa parte do tempo no Insta, escolhemos fazer algo nessa plataforma, até porque, nelas as marcas estão totalmente conectadas. O Instagram é a mais fashion das plataformas.”

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Jacques Dequeker, o fundador da revista online

Hoje, a maioria das revistas que estão na web também tem uma versão física, no entanto alguns profissionais da área pensam que esse movimento em breve será tão forte que as revistas serão apenas virtuais. Jacques concorda: “Aposto muito nessa ideia.”

A Dqker Nation é uma revista interativa, onde os usuários do Instagram têm acesso a vídeos, fotos e moda. Jacques ressalta como esse diferencial é importante para um veículo de notícias que atua fortemente em uma rede social.

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Felipe Titto estrela capa da Deqker Nation

“Todo mês tentamos fazer um upgrade trazendo mais conteúdo e ideias novas. O projeto é muito recente ainda, no primeiro mês só tinha imagens, depois começamos a desenvolver. Isso é que é bacana por ser online, a revista pode mudar toda edição. Em breve pode virar um e-commerce também.”

Embasado no mantra “Stories Is The New Black”, o fotógrafo mostra que a aposta de investir nos stories, que vem aumentando a audiência e fazendo frente para o próprio feed no instagram, é imbatível.

 Apesar de a Dqker Nation ter pouco tempo de vida, sua popularidade está crescendo em meio ao universo das redes sociais. “É um trabalho que temos de ter paciência, tenho uma lista de pessoas a serem fotografadas, todos com muitos seguidores. As pessoas vão conhecendo a revista naturalmente.”

O Poder Através dos Stories Momentâneos

Revistas como Cosmopolitan, Elle e Vogue seguem os mesmos passos
Montagem / Divulgação
Revistas como Cosmopolitan, Elle e Vogue seguem os mesmos passos

Sabendo do potencial que a rede social detém, alguns visionários começaram a trabalhar em revistas nascidas em solo virtual. Ou seja, o veículo deixou de ter sua versão impressa e continua tendo sua periodicidade, mas aposta numa informação mais rápida, visual e intuitiva.

 Alguns veículos que têm versão impressa também entraram na onda — sabendo que se não “surfarem”, se afogarão em breve. Exemplos claros disso são revistas como a Vogue , Vanity Fair , Cosmopolitan , Elle e a Mundo Estranho , que periodicamente publicam em seus stories, doses homeopáticas de conteúdos que estão presentes em suas versões impressas.

 Armindo, especialista no assunto, expõe o quanto o recurso valoriza os canais por poder ser utilizado em diversos tipos de coberturas jornalísticas:“Eu vejo o Stories e principalmente com os recursos de live um formato muito interessante para notícias”.

Ele ainda ressalta que os stories do Instagram geram bons conteúdos segmentados para os usuários: “Eu acho que de uma maneira geral as pessoas procuram os conteúdos segmentados e especializados e com o uso do Stories popularizado é um caminho natural termos conteúdo para esse tipo de mídia”.

Em meio há tantas evoluções é fácil perceber o que as redes sociais trazem uma liberdade que não existia antigamente e o quanto esse conceito está presente na vida das pessoas.  

Pensando nisso, Armindo traça os pontos fortes dessa abrangência: “Gosto do lado positivo de podermos postar conteúdo de uma forma mais livre. Hoje uma menina, por exemplo, não precisa se inspirar só no modelo da capa da revista. Ela mesmo pode virar um modelo a ser seguido.”

De Olho na Tendência

Instagram
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Instagram

Apesar de bem trabalhado, os veículos que utilizam a ferramenta Stories, atualmente, fazem isso de maneira rudimentar. Gostando ou não, o futuro é digital e a tendência é que as mídias migrem/nasçam e invistam cada vez mais nessa plataforma.

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Revistas  ou jornais, independente da mídia, a tendência é que surjam mais meios de comunicação totalmente onlines. E quanto ao impresso? Dada a relevância, é arriscado fazer previsões, mas Jacques Dequeker, fundador da Dekquer Nation arrisca: "Quando os patrocinadores perceberem que o online tem tudo que precisam, as revistas físicas serão apenas objeto de colecionador".

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