Após a morte do premiado escritor Philip Roth , na noite da última terça-feira (22) em Nova York, nos EUA, aos 85 anos, outros autores lamentaram sua morte e o fato de que ele nunca recebeu um Nobel de Literatura.
Leia também: Vencedor do Pulitzer, Philip Roth morre aos 85 anos
De acordo com o biógrafo Blake Bailey, o escritor morreu cercado de amigos. “Philip Roth morreu esta noite, cercado por amigos de longa data que o amavam muito. Era um homem querido e o nosso maior escritor vivo”, escreveu em seu Twitter .
Leia também: Rodrigo Santoro será homenageado deste ano no Cine PE
Além de amigos, Roth colecionava admiradores, entre eles escritores dos EUA e europeus, que lamentaram ele não ter sido reconhecido pela Academia Sueca de Literatura como merecedor do Prêmio Nobel .
Francisco José Viegas, foi um dos que comentou o fato. Para a emissora de rádio portuguesa Antena 1 , ele fez questão de falar: “Devia ter ganho [o Prêmio Nobel]. Mas eu acho que não ganhou, em primeiro lugar, por ser judeu e, em segundo lugar, por ser um homem livre. Isso prejudicou-o numa Academia Nobel que, sem dúvida, não tem hoje em dia qualquer credibilidade.”, disse o escritor português.
Joe Allen, co-fundador da revista literária America , também falou sobre tal fato e confessou não ler mais títulos de autores contemporâneos. “Ele [Philip Roth ] é um gênio. Deviam ter dado o Nobel de Literatura a ele, em vez daquele saltimbanco, o Bod Dylan, e a esses fanfarrões”, contou ao jornal Le Figaro .
Também ao Le Figaro, o filósofo francês Alain Finkielkraut falou: “Como escritor, ele não fará falta porque sua obra está aqui, imponente, majestosa, concluída. Mas a pessoa desapareceu para sempre. Essa constatação é banal, o que não impede de ser muito dolorosa para mim. Porque eu tive o privilégio de conhecê-lo. Philip Roth me fará falta. É o que posso dizer agora”.
Em artigo para o Le Monde , o escritor Marc Weitzmann definiu Philip como uma “identidade em perpétua reinvenção”. “Ele conseguiu coexistir harmoniosamente nessa dualidade em cada um de seus melhores livros, como também na vida, e acredito que foi a base não só de sua escrita, mas (…) alimentou sua liberdade”, escreveu.
Nos Estados Unidos o jornal The New York Times ressaltou, que embora Roth tenha sido desprezado pelo Nobel, ele conseguiu ganhar outros prêmios importantes como dois National Book, dois National Book Critics Circle, três PEN/Faulkner, um Pulitzer e o Man Booker International.
Já o jornal O Sol , de Lisboa, trouxe Mark Harris, jornalista e escritor americano, que ressaltou a influência de Philip nas várias gerações da literatura: “Descansa em paz, Philip Roth. Oitenta e cinco anos é uma boa e longa vida, mas ainda me engasguei ao ver a notícia. Um gigante. Eu posso pensar em muitos leitores e escritores que não o amavam, mas nenhum que não pudesse aprender algo lendo-o”.
Philip Roth dono de grandes títulos
Confira os principais livros escritos por Roth:
"Adeus, Columbus" (1959)
"Letting Go" (1962)
"When She Was Good" (1967)
"O Complexo de Portnoy" (1969)
"Our Gang" (1971)
"The Breast" (1972)
"The Great American Novel" (1973)
"My Life as a Man" (1974)
"O Professor do Desejo” (1977)
Você viu?
"O Escritor Fantasma" (1979)
"Zuckerman Libertado" (1981)
"A Lição de Anatomia" (1983)
"A Orgia de Praga" (1985)
"O Avesso da Vida" (1986)
"Os Fatos" (1988)
"Deception" (1990)
"Patrimônio" (1991)
"Operação Shylock" (1993)
"Teatro de Sabbath" (1995)
"Pastoral Americana" (1997)
"Casei com um Comunista" (1998)
"A Marca Humana" (2000)
"O Animal Agonizante" (2001)
"Complô contra a América" (2004)
"Homem Comum” (2006)
"Fantasma Sai de Cena" (2007)
"Indignação" (2008)
"A Humilhação" (2009)
"Nêmesis" (2010)
Leia também: Cinema e amadurecimento se confundem no afetuoso “Paris 8”
Philip Roth publicou muitos títulos, principalmente romances. Suas autorias marcaram a literatura contemporânea, tornando-o ganhador do Prêmio Pulitzer.