O Festival de Cannes consagrou o filme da cineasta brasileira Renée Nader Messora e do português João Salaviza nesta sexta-feira (18).
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O Prêmio do Júri da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes foi dado a produção luso-brasileira “ Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos ”. Vale ressaltar que há sete anos a categoria não contava com uma produção brasileira, e que teve Benício del Toro como presidente do júri.
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Para conquistar tal título, a direção trabalhou com gravações durante nove meses em uma comunidade indígena, Krahô, de 3.500 pessoas, no estado de Tocantins, no Brasil.
Ihjãc Krahô e Kôtô Krahô são os protagonistas do longa, que tem os membros da comunidade Krahô como estrelas, interpretando personagens deles mesmos, além da liberdade de manterem o próprio idioma.
Os diretores celebraram a conquista: "O Brasil indígena é historicamente negado, silenciado, assassinado. Mas é justamente esse Brasil que sai exaltado de Cannes. São os Krahô quem ocupou este espaço com sua língua, seu corpo e seus espíritos. A importância deste reconhecimento transcende o gesto cinematográfico, até porque existem hoje no Brasil dezenas de diretoras e diretores indígenas que estão contando suas histórias e sendo donos de suas imagens. É maravilhoso estarmos aqui e é uma pequena revolução, mas a grande revolução terá acontecido quando esses cineastas estiverem ocupando também estes lugares."
Protesto indígena no Festival de Cannes
Na última quarta-feira (16), a equipe do filme “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” aproveitou o tapete vermelho do Festival de Cannes para denunciar o genocídio indígena no Brasil.
Com cartazes em vários idiomas, os diretores junto aos protagonistas do filme pediram "Pelo fim do genocídio indígena" e "Demarcação já".
Mais sobre “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”
Sob a direção de Renée Nader Messora e João Salaviza “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” mostra o povo Krahô, aldeia indígena localizada em Pedra Branca, no interior do Brasil.
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Além disso, o filme vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Cannes , mostra Ihjãc, um jovem da comunidade, que foi surpreendido pela visita do espírito de seu falecido pai, que o faz sentir na obrigação de organizar uma festa de fim de luto. Apesar de ser algo incomum para muitos, tal ato de comemoração é tradição da comunidade.