Ao contrário do Youtube, por exemplo, que é líder absoluto na reprodução de vídeo, os serviços de streaming de música são mais variados. Spotify, Deezer, Apple competem pelo serviço, e até Jay-Z entrou na onda com o Tidal, só para citar alguns.
Mas, o Spotify acabou se destacando e, no começo de abril a plataforma iniciou uma nova fase com a abertura de seu capital na bolsa de valores de Nova York. Usando uma modalidade menos tradicional chamada listagem direta, a empresa não lucra com a decisão, o valor vai diretamente para os investidores.
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De acordo com o CEO da empresa, Daniel Ek, a decisão foi tomada principalmente para “desbloquear o potencial de criatividade humana, oferecendo a milhões de artistas a oportunidade de viver de sua arte, e bilhões de pessoas a oportunidade de aproveitá-la e se inspirar nela”.
O caminho até aqui para o Spotify
Ao contrário da maioria das empresas de tecnologia que dominam a internet nos dias de hoje, o Spotify não surgiu no Vale do Silício, na Califórnia, mas sim em Estocolmo, na Suécia. Ek contou em entrevista ao programa de TV americano “CBS This Morning” que seu objetivo era encontrar uma maneira de ouvir o máximo de músicas possíveis, sem pagar tanto, mas o fazendo de maneira legal.
Dez anos depois, a empresa soma 157 milhões de usuários em 61 países, sendo que 71 milhões são inscrições pagas. A empresa estreou na terça-feira, 2 de abril, com um valor de US$ 165,90 por ação. No fim do dia, esse número havia baixado para US$ 149,01. Ainda assim, hoje a companhia vale cerca de US$ 26 bilhões, mais do que o Twitter e a Viacom, por exemplo.
Streaming e as gravadoras
Se tem um relacionamento que nunca foi muito bom, esse é o das gravadoras com as empresas de streaming . Mas, como não dava para nadar contra a corrente, elas aceitaram que a novidade não seria barrada, e decidiram surfar na mesma onda.
De acordo com a Revista Variety, as principais gravadoras americanas, Sony, Universal e Warner, têm porcentagens do Spotify. A publicação revelou que a Sony tem 5,7%, enquanto as outras duas somam 4%.
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Enquanto isso pode explicar por que elas mantêm um bom relacionamento com o Spotify, não necessariamente cobre as reivindicações dos artistas: de que a verba paga pelo streaming às gravadoras não cobre os direitos autorais dos mesmos.
Foi assim que duas gigantes da música desistiram de ter suas discografias na plataforma. Tanto Taylor Swift quanto Adele, artistas com alta vendagem de discos, não entraram de cabeça nesse negócio.
Adele, por exemplo, levou meses para disponibilizar seu último álbum, “25” na plataforma. Swift por sua vez, chegou a tirar toda a sua discografia do Spotify, decisão que foi revogada recentemente.
Para evitar que outros artistas sigam o mesmo caminho, sabendo que as gravadoras têm parte nos possíveis lucros do Spotify, elas se mostraram comprometidas a dividir seus lucros com os artistas. “Isso está de acordo com a nossa política de compartilhar a receita de capital de licenças de catálogo digital com nossos artistas e rótulos distribuídos” lê-se em um comunicado oficial da Sony.
O futuro
É muito cedo para saber o quanto a abertura de mercado pode afetar a empresa, ou os artistas disponíveis na plataforma. Mas, a maré parece estar seguindo a corrente e a prova disso é a própria Taylor Swift. Não só a cantora aceitou colocar de volta seu catálogo na plataforma, como lançou músicas inéditas no streaming.
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Para selar de vez a paz, Swift lançou uma nova versão da faixa Delicate, de seu mais recente álbum, “Reputation”, além de um cover September, do Earth Wind and Fire. A nova reputação de Taylor pode muito bem servir para complementar os bons ventos dessa nova era do Spotify .