Cristiana Xavier de Brito , autora do livro “ Mulher Alfa ”, vem de uma família que conhece de liderança . O pai, que foi presidente de empresa, serviu como exemplo para que ela crescesse a vontade com o conceito. Assim, em sua carreira profissional, ela sempre almejou isso e hoje é diretora de relações institucionais da Basf, multinacional química. Mas, aos 51 anos e 33 de carreira, ela se viu numa posição rodeada de homens. “A medida que eu fui passando por várias empresas percebi que trabalhava muito bem no ambiente corporativo, mas muitas mulheres ficavam no nível gerencial e não buscavam essas posições de liderança”, comenta.

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Livro
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Livro "Mulher Alfa" destaca o trabalha de mulheres líderes em várias áreas, desde política, educação até o setor privado

Ela então decidiu iniciar um programa que apoiasse o crescimento dessas mulheres em sua empresa, e começou o “Women in Businees” programa global da Basf, mas que não existia no Brasil ainda. “Fui vendo que precisava ajudar as mulheres a se enxergarem em posições de liderança e apresentar isso para os homens também”, explica. Dessa experiência, Cristiana decidiu escrever um livro . Mas, achando que precisava de outras perspectivas, convidou outras mulheres líderes para dividir sua história. Daí saiu o “Mulher Alfa”, que será lançado no Dia Internacional da Mulher, em 08 de março. Buscando um novo olhar sobre liderança, ela falou com 10 mulheres de diversas áreas e com históricos distintos, para mostrar que a liderança feminina é diferente, porém complementar a masculina. “Selecionei mulheres para mostrar que a liderança está dentro da mulher, e os homens também precisam abrir portas para incentivar isso”, completou.

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Diversidade

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Cristiana Xavier de brito, autora de "Mulher Alfa"

Cristiana sabia que, para compor o livro, precisava mostrar exemplos distintos. “Estamos no auge da discussão (sobre igualdade para mulheres) e empresas estão vendo que para inovar precisam ter diversidade ”, explica. Seu livro tenta refletir isso. Uma das histórias é a da deputa federal Mara Gabrilli , que é tetraplégica. Já Patrícia Santos é a fundadora do Empregueafro, que busca melhores colocações para negros no mercado de trabalho. Marcia Rocha , também retratada no livro, é trans e foi a primeira mulher a ter o nome social aprovado pela OAB. Os exemplos são vários e mostram a busca de Cristiana por histórias inspiradoras e que demonstrassem que a liderança pode ter vários gêneros, cores e tipos, mas que é para todos. “O ser-humano é único” comenta Cristiana, que não soube escolher entre as 10 qual história mais lhe abalou. Para ela, conhecer essas mulheres e suas histórias causou um impacto muito grande em sua vida.

Bônus e ônus

Cristiana aconselha quem quiser ser líder em sua área a ter confiança em si mesma. Mas ela também recomenda ser realista e saber que não é um caminho fácil, mas sim um de escolhas. E ela descreve a própria: com um filho de 15 anos em casa, ela não pode estar presente em alguns momentos do seu dia a dia, como os estudos e a vida escolar, mas sabe que o menino vai crescer com um exemplo forte de uma mulher bem-sucedida.

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E as mulheres Alfa que Cristiana retrata no livro sabem disso e não estão sozinhas. Cristiana já planeja uma expansão do projeto, “para as pessoas verem que têm muitas alfas espalhadas pelo Brasil e pelo mundo”, comenta. “E não com capa de ‘super-poderosas’, mas mulheres comuns que fazem e acontecem”, conclui.

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