Não é preciso ir muito longe para saber que a representatividade em Hollywood é baixa. Apenas um dos nove filmes indicados a Melhor Filme no Oscar foi dirigido por uma mulher. E, pela primeira vez em 90 anos de história, uma mulher foi indicada a Melhor Fotografia, ignorando o trabalho das mulheres nessa área nos 89 anos anteriores.
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Além disso, o “Oscar So White” em 2016 deixou bem claro que negros são comumente excluídos das principais categorias. Essas situações, porém, não passaram despercebidas, e o clamado por mais representatividade em Hollywood tem crescido. Mas, infelizmente, ainda não causou muito impacto na indústria, mesmo com claro interesse do público. A UCLA publicou na última terça-feira (27) um estudo onde esmiúça em detalhes as minorias na indústria de cinema e televisão nos EUA, e o panorama não é dos melhores.
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Além da clara desvalorização do trabalho da mulher que, mesmo representando metade da população ocupa a minoria dos cargos em Hollywood, as pessoas de cor também tiveram poucas oportunidades. É certo que houve um aumento, mas o mais curioso é que os dados subiram pouco entre o estuda anterior (referente a 2014-2015), enquanto as minorias cresceram exponencialmente.
O que eu quero ver
O estudo aponta que hoje 40% dos EUA é composto por minorias e esse grupo quer ver mais representatividade no cinema e na televisão. E, mesmo assim, a indústria falha em acompanhar esse anseio do público.
Minorias representam apenas 13,9% dos protagonistas de filmes, 12,6% dos diretores de cinema e 8,1% de roteiristas, por exemplo. Entre as mulheres , houve ganho de espaço em quase todas as áreas analisadas, menos quatro: diretora de cinema, protagonistas de programas de TV com roteiro, criadora de programas de TV com roteiro para TV aberta.
O estudo também comenta a percepção que a indústria ainda tem de que filmes liderados por minorias não vendem: “na indústria cinematográfica globalizada de hoje, há um mito promovido por Hollywood que audiências estrangeiras vão rejeitar filmes centrados em minorias”, o estudo salienta. Essa percepção acaba dificultando e barrando projetos com negros e outras minorias nos papeis principais.
Futuro
Estamos na “era de Pantera Negra ”, onde um filme escrito, dirigido e estrelado por negros tem uma das maiores bilheterias dos últimos anos em Hollywood , o que prova que essa teoria é equivocada. E o estudo se mostra otimista em relação a um panorama mais igual no futuro. “Ainda há um longo caminho até que mulheres e negros alcancem representatividade proporcional entre atores na televisão e no cinema, mas pelo menos as linhas para os dois grupos parecem apontar na direção certa”, conclui o estudo.
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