O nome da grande campeã do carnaval carioca foi conhecida na tarde desta quarta-feira (14): a Beija-Flor de Nilópolis conquistou o título depois de levar à Marquês de Sapucaí um paralelo entre o romance "Frankenstein", que faz 200 anos, e as mazelas sociais brasileiras. A escola fechou o desfile das escolas de samba na segunda-feira (12) . Em segundo lugar ficou a Paraíso do Tuiuti , que fez críticas à reforça trabalhista. Já em terceiro, o Salgueiro , que fez um tributo às mulheres negras.
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Depois que o título do carnaval carioca foi confirmado, Raissa Oliveira, Rainha de Bateria da Beija-Flor , foi a primeira a falar. "Valeu muito a pena, cada esforço, cada luta, cada ensaio. A gente está muito feliz e esse título é para a comunidade, para o povo que sofre todos os dias".
Neguinho da Beija-Flor, que continuou anotando as notas mesmo depois do título confirmado, ficou bastante emocionado. "O povo sempre tem razão, a voz do povo, é a voz de Deus", disse. Para ele, o melhor da escola foi a crítica que a agremiação fez com o que acontece com o Brasil. "Muitos sem nenhum e poucos com muitos", completou ele, que levantou a taça de campeão junto com os componentes da Tuiuti.
Marcelo Misailidis, responsável pela concepção cênica da campeã, também falou. "É uma vitória da arte". Ele ainda ocmpletou dizendo que luxo não é pluma nem ouro "é dar voz ao povo, dar cultura, dar dignidade".
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Jojo Todynho, que desfilou pela agremiação, ficou completamente emocionada com o título e não poupou as palavras "A gente botou para foder, o que vem estou quebrando tudo de novo".
Vice-campeã
A Paraíso do Tuiuti, que ficou em segundo lugar, gostou do vice. Leandro Azevedo, diretor de carnaval da escola, relembrou o carnaval passado, quando um caddo da escola atropelou algumas pessoas na Sapucaí. "Ano passado foi muito sofrimento, mas hoje é alegria total".
Carnaval 2018
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A Beija-Flor fez um paralelo entre o romance "Frankenstein", que faz 200 anos, e as mazelas sociais brasileiras. Corrupção, desigualdade, violência e intolerâncias de gênero, racial, religiosa e até esportiva formaram o cenário "monstruoso".