Carnaval com certeza é a maior festa do ano. O evento que começa nesta sexta (09) e termina apenas na quarta-feira de cinzas (14) envolve todas as classes sociais, mistura culturas, estimula o turismo e garante uma gama de festas, com música, dança e fantasias .
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Considerada uma das maiores festas do mundo, o Carnaval sempre teve muito destaque no calendário nacional. No entanto, de uns anos para cá, a folia de rua ganhou muita notoriedade e fãs. Exemplo disto, é o grande surgimento de blocos de carnaval em São Paulo, entre outras cidades.
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Até aí tudo certo. Fantasiar-se na folia é um costume antigo e ainda praticado na atualidade, porém, com a ascensão do politicamente correto é preciso ter atenção na hora de se enfeitar para evitar o close errado . Afinal, respeito é bom e todos gostam.
Pensando nisso, fizemos uma análise com base em racismo, apropriação cultural, xenofobia, entre outros preconceitos, para você correr das fantasias que são pura ofensa neste Carnaval de 2018 e curtir as festas com a consciência limpa. Confira:
Nega Maluca
Fantasiar-se de Nega Maluca
é ato estampado de black face
e apropriação cultural. A fantasia ridiculariza a raça negra e sexualiza as mulheres. Para quem não sabe, o ato de black face consiste numa pessoa branca pintar-se de preto para fazer uma sátira. Quanto a apropriação cultural, trata-se de como a mídia sempre retratou como "lindo" o fato de brancos pintados estarem usando black power, mas quando se trata de negros com o penteado a história é bem diferente.
Japoneses
Também é comum encontrarmos nas ruas pessoas vestidas com kimonos, tamancos de madeira, maquiagem de gueixa, espadas, entre outros acessórios da cultura oriental. O ato de fantasiar-se de japonês é totalmente preconceituoso e ridiculariza um povo e sua cultura.
Entidades
Não precisamos prestar muita atenção para encontrar um ou outro fantasiado de Iemanjá, Exú, Jesus, entre outras entidades religiosas. A grande questão sobre estas fantasias é que as religiões as quais pertencem sofrem grande preconceito durante todo o ano. Chegar no carnaval e vesti-las para brincadeira é uma verdadeira ofensa às entidades e aos fiéis que seguem o credo. Quanto às religiões que não sofrem preconceito, continua errado. Afinal, brincar com algo respeitado por muitos não é legal.
Muçulmanos
Vestir-se de muçulmano ou homem-bomba, além de ser ofensa a uma nação, como os japoneses, é um sinal claro de desrespeito a cultura e a religião islâmica.
Mendigo
Encarnar os moradores de rua para curtir a folia é criticamente insensato. A questão é um problema real. Quem vive na rua passa fome, necessidade e tem precariedade de recursos, sendo eles financeiros e higiênicos. Não há graça nenhuma neste problema social e satirizar
isso para festejar é de extremo mau gosto.
Gay
Vestir-se de gay
caracteriza preconceito. Afinal, como diria a música dos Mamonas Assassinas:"Gay também é gente". A partir desse pressuposto, fica óbvio que não dá para se vestir de homossexual e tentar fazer isso é um grande desrespeito à minoria LGBT, que vem tentando conquistar igualdade de direitos e respeito há anos.
Feminista
Fingir ser feminista, utilizar símbolos em cartazes com intuito de satirizar ou tentar copiar as vestes de quem participa do movimento caracteriza desrespeito direto com quem luta pela igualdade de direitos. Das radicais as mais discretas, é de extremo mau gosto "vestir-se" de feminista e uma total falta de respeito com a causa.
Índio
A cultura indígena é bem diversa, politeísta e repleta de acessórios, penduricalhos, instrumentos e costumes. "vestir-se"de índio e ridicularizar toda uma cultura e seus fiéis. Cada pintura tem um significado e não levar isso a sério é desrespeito. Principalmente levando em conta que vivemos num país onde os indígenas têm cada vez menos espaço e sofrem cada vez mais com as invasões do homem branco e do governo em seu território.
Cangaceiro
Os cangaceiros faziam parte de um grupo que vagava pelas cidades do nordeste brasileiro em busca de justiça e vingança pela falta de emprego, alimento e cidadania. Apesar de terem uma percepção paradoxa, por serem considerados criminosos e heróis ao mesmo tempo, tentar encarnar os cangaceiros é um desrespeito à cultura brasileira e aos nordestinos.
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Sabendo disso, evite o close errado no Carnaval. Vá de unicórnio, heróis, personagens fictícios, animais, invente! Se há uma coisa que não falta para nós brasileiros é a criatividade para contornar as situações e se divertir.