Jennifer Lawrence, Casey Affleck e as melhores performances do ano no cinema
As melhores atuações do cinema em 2017 estão listadas no ranking do iG Gente que engloba performances de protagonistas e coadjuvantes masculinos e femininos. Há quatro atuações que constavam do Oscar 2017
Em um ano tão prolífero e proveitoso para o cinema não foi fácil selecionar as melhores atuações
do ano. Desde janeiro, quando pintaram os candidatos ao Oscar, até o fim do ano tivemos muitos bons filmes que ofertaram grandes performances. Foi um ano especialmente positivo para as atrizes, em maioria na lista que contempla 12 atuações sem distinção entre homens e mulheres.
Dos atores e performances
que estiveram na última edição do Oscar, quatro se garantiram na lista do iG Gente
. O filme “Moonlight: Sob a Luz do Luar”
colocou duas interpretações no ranking, comprovando mais uma vez a força do grande vencedor do Oscar 2017.
A sensibilidade da atuação de Mahershala Ali
como o traficante Juan que se descobre uma figura paterna para Little é um dos grandes acontecimentos do cinema no ano. Sua atuação é pautada por silêncios e expressões corporais e ele é figura central de uma das grandes cenas do cinema no ano, quando Little tenta entender como Juan diz se importar com ele, mas envenena sua mãe com suas drogas.
Harry Dean Stanton (“Lucky”)
Lançado postumamente, “Lucky” é o filme que o talento de Harry Dean Stanton merecia como testamento. O ator se despe de qualquer resquício de vaidade e deixa as marcas da vida falarem por si neste registro agridoce que promove uma dolorida, mas cheia de compaixão, simbiose entre ator e personagem. Stanton faz o Lucky do título, um homem que se vê forçado a encarar a finitude e tenta descobrir uma maneira graciosa de fazê-lo.
Bridget Everett (“Patti Cake$”)
Um dos melhores filmes do ano, “Patti Cake$” tem um punhado de ótimas e honestas atuações, mas Bridget Everett, como a quarentona frustrada e desocupada que se ressente da filha perseguindo o sonho de ser uma estrela é um soco no estômago. O que Everett traz de emoção genuína e coração à personagem é acachapante. Ela dá dimensão humana a uma megera clássica.
Holly Hunter (“Doentes de Amor”)
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Como a mãe que vela a filha em coma enquanto se aproxima do ex-namorado dela com um estranho sentimento de culpa, Holly Hunter brilha intensamente aliando sutileza à erupção. A atriz dá conta de uma personagem complexa e que é construída mais a partir da visão dos outros do que por ela mesma. Um trabalho notável que promove um tardio reencontro entre o público e essa grande atriz.
Daniela Vega (“Uma Mulher Fantástica”)
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A solidão bate forte em Marina, uma garçonete que à noite performa como cantora em uma boate, após a morte de seu namorado. A investigação policial pesa para seu lado, em um indicativo da prevaricação social em relação a sua transexualidade. Em um ano em que a transexualidade ganhou representatividade na cultura pop, a atriz transexual Daniela Vega deu um show de talento, contenção e energia neste filmaço com ecos hitchcokianos.
Jennifer Lawrence (“mãe!”)
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Uma das atrizes mais premiadas e prestigiadas da atualidade, Jennifer Lawrence se expôs como nunca em “mãe!”, um filme cheio de inflexões e que tem em sua atuação um fio condutor emocional. Lawrence nunca esteve tão vulnerável como atriz e tão dependente da visão de um diretor. A brutalidade da história contada por Darren Aronofsky encontra seu coração na corajosa e sinuosa atuação da atriz.
Kirsten Dunst (“O Estranho que Nós Amamos”)
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O ótimo filme de Sofia Coppola é repleto de boas atuações, mas Kirsten Dunst – uma atriz frequentemente subestimada – apresenta algo especial. Como Edwina, a principal ajudante da senhorita Martha (Nicole Kidman), dona do pensionato só para mulheres que recebe um intruso durante a guerra civil americana, a atriz revela e esconde conforme o roteiro cheio de minúcias e sutileza conclama. É uma atuação no compasso de uma personagem introspectiva e arredia, com medo dos próprios desejos. Dunst é, também, incrivelmente sensual em seu comedimento.
James McAvoy (“Fragmentado”)
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Interpretando diversas personalidades de um mesmo personagem – cuja identidade real só dá as caras perto do fim do filme -, James McAvoy demonstra mais do que versatilidade, um tremendo tato como intérprete. Além de uma capacidade hercúlea para o detalhe. Seu trabalho neste thriller sufocante de M.Night Shyamalan é potente e cheio de pequenos triunfos, como quando dá vida a uma criança de nove anos. Não se trata apenas de emular uma criança de nove anos, mas de dar credibilidade a um homem transtornado que crer ser uma criança de nove anos e sabe da existência de outras personalidades no universo que habita dentro dessa mente perturbada. Um arraso!
Natalie Portman (“Jackie”)
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Existe um tipo de atuação que busca um registro documental. Essa linhagem de boas atuações geralmente se verificam nas biografias. Natalie Portman escrutinou Jackie Kennedy por inteiro. Dos trejeitos ao olhar, a apropriação de uma das maiores figuras da iconografia americana pela atriz é assustadora, mas ela adentra a psique de uma mulher corajosa, mas ciente de sua fragilidade e é aí, na investigação que estabelece, que se supera como atriz e dá ao filme de Pablo Larraín o que ele tem de melhor.
O belíssimo e infelizmente pouco visto filme de David Mackenzie emplacou quatro indicações ao Oscar e, embora esse reconhecimento seja motivo de comemoração para quem aprecia o bom cinema, o fato de nenhuma dessas indicações ser para a atuação de Chris Pine merece protesto. Pine, um ator cada vez mais tarimbado e feliz em suas escolhas, tem seu melhor momento como ator em um personagem enigmático, adornado por conflitos subterrâneos e muitas dores. Um show de minimalismo.
Casey Affleck (“Manchester à Beira-Mar”)
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Não é todo ator que consegue esvaziar-se de vida para viver uma casca de ser humano. Ao viver um personagem enlutado, com raiva de si mesmo no sensacional “Manchester à Beira-Mar”, Casey Affleck
atinge níveis impensados no ofício da atuação. Sua performance é tão avassaladora, tão irrepreensível nas minúcias e no todo, que o público pregado na cadeira se flagra reiteradamente sem fôlego.
Naomie Harris ("Moonlight : Sob a Luz do Luar”)
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Como uma mãe viciada em crack, Naomie Harris é a combustão tanto do protagonista de “Moonlight” como do filme em si. Em carne viva, a atriz explode na tela em comiseração, dor, arrependimento, carência e afeto. São poucos minutos em cena, mas que dão dimensão do talento e da força criativa de uma das melhores atrizes britânicas da atualidade.