Que as veias artísticas de alguns nomes da TV
brasileira conseguem se expandir para outros tipos de arte
, é inquestionável. Assim, muitos deles têm lançado livros e se tornado um verdadeiro fenômeno de vendas nas livrarias. Embora a crítica seja controversa nesses casos, com muitos elogios a alguns e várias ressalvas
a outros, não se pode negar que esse é um tipo de produção cultural - se é vaidade ou se ali realmente existe conteúdo, é uma questão mais subjetiva (e polêmica).
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Alguns nomes já consagrados, como Fernanda Torres e Maitê Proença , já têm livros aclamados pela crítica e são de venda fácil nas livrarias. Outros, como as estreantes Marina Ruy Barbosa e Manu Gavassi ainda causam algumas dúvidas para os leitores - mas não há nenhum tipo de preconceito contra as publicações dessas atrizes. Isso faz parte da nova geração de atores brasileiros , que ostentam diversos talentos e, entre eles, a literatura. E engana-se quem pensa que essa é uma tendência nacional.
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Tendência Mundial
Alguns grandes figurões de Hollywood também resolveram mostrar que são mais do que bons atores. Um desses exemplos é Tom Hanks, que mesmo aos 60 anos continua com uma agenda de gravações de filmes bem disputada pelos diretores. O a(u)tor lançou seu livro de contos "Tipos Incomuns" e foi reconhecido pela Fundação do Arquivo Nacional, que lhe concedeu sua maior honra, o Prêmio Records of Achievement.
No livro, ele traz uma seleção de histórias autorais e bastante curiosas, sagrando-se um dos nomes mais versáteis da indústria cultural dos últimos anos. Em um ponto comum, todos os seus contos têm uma máquina de escrever como elemento fundamental para o desenvolvimento da trama.
E as brasileiras?
Neste ano e no próximo, as livrarias devem sofrer uma avalanche de livros escritos por celebridades da televisão, do cinema e até mesmo da música. Dentre os nomes, há Isis Valverde , que escreveu seus textos sobre superação e amor durante o período em que passou reclusa, recuperando-se de um grave acidente de carro, e a obra deverá ser lançada em 2018; Marina Ruy Barbosa, que mostrou todo seu lado de poetisa; Rafa Brites, repórter do "Video Show"; e a cantora Manu Gavassi, que escreveu seu primeiro livro como quem escreve um diário, o "Olá, Caderno".
Manu, aliás, conversou com o iG Gente sobre o lançamento de seu livro, no mês de novembro deste ano. Na ocasião, ela afirmou que ficava muito feliz com o lançamento de livros de artistas. "Acredito que, se é uma forma de arte, é válida. Se existe essa vontade de fazer esse tipo de arte, eu acho muito legal que as atrizes dêem voz a isso, escrevam seus livros", explicou.
Ela também revelou que estava muito contente com o lançamento de seu primeiro livro, e que não achou difícil escrever as mais de 300 páginas da obra. "Muita gente me pergunta como eu arranjei tempo. Eu acho que, quando você está fazendo algo de que gosta, não precisa arrumar tempo. Eu não sentava para escrever pensando 'ai que saco, tenho que escrever isso'. Eu sentava e me divertia escrevendo", contou a cantora, que pretende lançar mais livros no futuro.
Atriz e poetisa
Marina Ruy Barbosa é outra brasileira que está se lançando na literatura em 2017. "Inspirações" traz poemas e memórias da atriz, que começou bem cedo na TV. Publicado pela Editora Objetiva, do Grupo Companhia das Letras, o livro quer divulgar o trabalho da atriz fora das telinhas.
De acordo com Simone Ruiz, a editora responsável pelo livro, o maior objetivo da obra é fomentar a poesia brasileira. "Divulgar a pluralidade da poesia brasileira tendo como aliado o poder de comunicação impressionante da Marina Ruy Barbosa, uma das principais atrizes da nova geração da tevê nacional e um fenômeno do Instagram. E, claro, transformar o livro numa ferramenta para a formação de novos leitores que podem ter acesso a nossa poesia pela primeira vez com o incentivo da Marina", explicou.
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Além disso, a editora também afirmou que o livro tem nuances delicadas e o convite partiu da editora após descobrir um interesse da atriz por poesia. "Foi tão prazeroso quanto como montar um quebra-cabeças delicado e cheio de nuances, mas também desafiador para nós e para ela. Marina escreveu com a emoção de forma bastante livre, inspirada na leitura dos poemas, mais como uma leitora do que como alguém que tenha a pretensão de se lançar como escritora. Reunir e organizar esse material buscando refletir as escolhas pessoais da Marina foi um processo trabalhoso, mas bastante rico e gratificante", revelou.
Outros nomes
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Embora não tenham se lançado na literatura em 2017, nomes como Miguel Falabela, Caio Castro (que já revelou não gostar de ler), Ana Maria Braga, Érico Brás, Lázaro Ramos, Vera Fischer e até Rafael Vitti já se arriscaram no universo dos livros. Se essa se trata de uma questão sobre vaidade ou conteúdo, é difícil determinar sem analisar caso a caso e sem fazer um juízo de valores. Contudo, é fácil descobrir que muitos deles são um sucesso de vendas e, casos como o de Fernanda Torres, chegam a ser best-sellers, ficando por semanas no topo das listas das obras mais procuradas nas livrarias de todo o país.