A crítica, como de costume, se curvou a “Star Wars: Os Últimos Jedi”. A surpresa veio da reação dos fãs. Grande parte da fan base da maior franquia da história do cinema declarou guerra ao filme de Rian Johnson . Há até uma petição circulando online com a infame e estapafúrdia solicitação para que o filme seja retirado do cânone da saga criada por George Lucas .
Leia também: Paradigmático, “Star Wars: Os Últimos Jedi” redimensiona o futuro da saga
“Os Últimos Jedi” passa longe de ser um filme perfeito, mas assim foram todos os filmes de “Star Wars” . Uma saga imperfeita erguida a partir de um mote genial e maior que a vida. Mas o que aflige tanto os fãs na segunda parte da terceira trilogia da série?
Leia também: "Os Últimos Jedi" está entre filmes mais mal avaliados pelos fãs de "Star Wars"
Riam Johnson não deu aos fãs o que eles queriam. E negou a eles o direito de regurgitar teorias e meias verdades. Luke Skywalker ainda é o herói que crescemos admirando? Não. Luke é um homem em crise com suas convicções e que enxerga hipocrisia na doutrina Jedi. Quem são os pais de Rey? Eles não são ninguém; ainda que de maneira circunstancial, é isso que somos exortados a acreditar. O Supremo Líder Snoke será um grande vilão? Existe relação entre ele e Darth Vader? Snoke morre antes mesmo dos fãs aquecerem suas teorias. “Os Últimos Jedi” não se preocupa com as questões que os fãs queriam respondidas nesse filme e isso, para uma geração que cultivou a cultura de elaborar teorias para tudo e todas as coisas envolvendo suas séries e franquias favoritas, é a perdição.
Essa é a principal razão para a convulsão entre a saga e sua base de fãs. Mas isso não quer dizer que as possibilidades aventadas para o futuro pelo filme de Riam Johnson são menos entusiasmantes. A se temer apenas a reação da Disney à resistência dos fãs. Isso pode incorrer em mudanças significativas para o Episódio IX, que será dirigido por J.J Abrams e lançado em 2019.
É possível supor que o filme arrecade menos do que “O Despertar da Força” e “Rogue One”, o que é concebível em uma época que temos um filme de “Star Wars” por ano, mas com o contexto do ressentimento dos fãs, pode ser a senha para a engrenagem de mudanças as quais jamais saberemos procedências e destinos.
O que esperar?
Corajoso, “Os Últimos Jedi” dá conta de uma necessidade da franquia agora que ela seguirá seu curso para abastecimento dos cofres da Disney. Matar o passado. É preciso fazê-lo, como adverte Kylo Ren. Yoda queima a biblioteca dos Jedi, Luke atinge o nirvana Jedi e deixa de ser sentido por Rey e Leia, já esta última parece ter encontrado em Poe Dameron, um novo líder para a Resistência. Enquanto isso, Rey e Kylo assumem ainda mais o protagonismo da nova trilogia. A ligação entre eles, mais forte e entranhada, é o grande destaque do segundo filme e intuitivamente responderá pelo clímax da nova trilogia.
A resposta sobre os pais de Rey deve voltar à baila no terceiro filme – ou mesmo em uma futura trilogia. Nada leva a crer, se tratando de “Star Wars”, que o vislumbre de Kylo Ren seja verdadeiro. Com a morte de Carrie Fisher, Luke Skywalker deve ser incluído de alguma maneira no Episódio IX. Mas não nos enganemos, essa nova trilogia pertence às mulheres e o nono episódio deve evidenciar isso com ainda mais força.
Leia também: Mark Hamill critica "Star Wars: Os Últimos Jedi" e aumenta polêmica sobre filme