Com 2018 quase batendo na porta, chegou a hora de avaliar todos os lançamentos que fizeram sucesso ao redor do mundo em 2017. Apesar de ter frustrado muitos fãs com discos considerados ruins pela crítica, como os lançados por Katy Perry e Taylor Swift , o pop continuou o rei das paradas. Ao seu lado, o hip hop e o rock'n roll também foram salvos graças a ótimos trabalhos. Confira quais são:
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"Harry Styles " - Harry Styles
O primeiro álbum solo da carreira do ex-integrante do One Direction chegou a ser considerado como um dos melhores discos do ano por diversos rankings. E não é para menos. O trabalho homônimo do cantor de 23 anos é surpreendente em sua forma e sonoridade.
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Com uma mistura de ritmos que vão desde o Pop ao Rock'n Roll, Harry Styles mostrou uma maturidade musical muito grande para seu relativo pouco tempo de carreira e conquistou ainda mais fãs que antes poderiam ter algum tipo de preconceito com os sucessos de sua antiga boy band.
Em um trabalho denso, o cantor mostrou nas dez faixas de seu primeiro trabalho solo que pode ser bastante versátil. Desde as baladas Meet Me in the Hallway ao rockão Kiwi , até o ritmo pesado e dolorido de Sign of the Times , ele consegue manter o alto nível acima da média. Toda essa energia foi responsável por levar o músico ao topo das paradas.
"Damn." - Kendrick Lamar
O rapper Kendrick Lamar é provavelmente o nome mais importante da atualidade no hip hop norte-americano. Além de já ter realizado diversas participações em álbuns de outros artistas nesse ano, "Damn." foi o responsável por levar o cantor ao topo das paradas.
Com participação de Rihanna e U2 , o disco de 14 faixas e quase 55 minutos, traz histórias dos lugares em que Kendrick cresceu, canções mais voltada para a política, com críticas a Trump e muitos, muitos temas espinhosos que só Lamar consegue tratar. Quem aguarda um show do rapper para mostrar seus sucessos ao vivo são os fãs brasileiros, que ficaram bastante decepcionados pelo cantor não estar relacionado entre as atrações do Lollapalooza do próximo ano.
"Melodrama" - Lorde
Quando se trata da cantora neozelandesa Lorde , já sabemos que o sucesso absoluto é garantido. Com o antecessor de seu atual trabalho, "Pure Heroine", a garota de apenas 21 anos implacou diversos hits nas principais paradas, com destaque para Royals e Team .
Em "Melodrama" , a artista está de volta após um tempo de pausa depois de uma extensa turnê que chegou a passar, inclusive, pelo brasil, em 2015. Produzido por Jack Antonoff, o álbum mostra a versatilidade da jovem e traz faixas que vão do pop simples como em Green Light até canções cheias de classe como The Louvre. Destaque para a balada Liability , em que Lorde fala sobre as suas dores e conta abertamente ao mundo a respeito de experiências onde as pessoas se afastam dela por conta do seu sucesso.
"Melodrama" já foi considerado o melhor álbum do ano por diversos rankings e chegou a ganhar o prêmio de melhor disco pela britânica NME . Com seu tom de voz único e tremenda sensibilidade nas letras, Lorde promete ainda muitos outros sucessos em sua carreira.
"Villains" - Queen of the Stone Age
Os roqueiros do Queen of The Stone Age voltaram após quatro anos sem lançar nenhum trabalho inédito e o resultato parece ter agradado o público. Com a voz inconfundível de Josh Homme, o grupo mostrou em "Villains" um trabalho mais maduro do que os anteriores, mas sem perder sua essência.
The Way You Used To Do se tornou uma das principais canções do ano do disco lançado em agosto. O trabalho teve diversas avaliações positivas por grandes publicações, como a Mojo , Uncut , NME e Clash .
Vale lembrar que 2018 trará ao Brasil um show na banda no primeiro semestre do ano. Em 27 e 28 de fevereiro, os californianos deverão se apresentar no Allianz Parque, em São paulo, em um show conjunto com os também talentosos Foo Fighters.
"Concrete and Gold" - Foo Fighters
Por falar em Foo Fighters e nos shows que eles farão no próximo ano em nosso País, vale lembrar que, em 2017, a banda foi responsável por um novo e belo trabalho: o álbum "Concrete and Gold", lançado depois de três anos que os americanos que traziam nenhuma novidade de estúdio ao público desde "Sonic Highways".
Neste novo disco da banda, o Foo Fighters conta com a participação de Paul McCartney , Alison Mosshart, Justin Timberlake e mais convidados em um conjunto de canções abrilhantado pelos singles.
Apesar de não ter sido considerado como o melhor produto da carreira da banda, a crítica foi bastante receptiva com este mais recente trabalho de Dave Grohl e companhia. Publicações somo a NME , The New York Times e Consequence of Sound deram vereditos favoráveis ao disco.
"Divide" - Ed Sheeran
É inegável que Ed Sheeran é uma máquina de hits. O ruivinho lançou o seu mais recente trabalho de estúdio "Divide" apenas três anos depois de seu antigo álbum "X", e conseguiu emplacar diversos hits nas rádios de todo o mundo. Vale lembrar que a turnê do novo álbum passou pelo Brasil neste ano no mês de maio e mostrou ao britânico todo o amor que ele tem por aqui com os estádios cheios.
O estilo de Sheeran no álbum não deixa o pop de lado e varia entre canções mais animadas e aquelas músicas mais melosinhas para ouvir junto com o mozão. Destaque para os sucessos mais dançantes Shape of You , Galway Girl e Barcelona e, claro, para as românticas Perfect - a qual teve seu clipe lançado no último mês de novembro - , Dive e Happier .
É difícil não considerar o álbum de Sheeran como um dos melhores do ano. Além de muitos hits, as músicas do moço grudam na cabeça que nem chiclete e mostram uma maturidade musical muito grande. A canção Shape of You foi nomeada a melhor do ano pela parada da Billboard e indicada na categoria de "Música do Ano" no Grammy 2018 - lembrando que o cantor já ganhou nessa mesma categoria pela música Thinking Out Lout , em 2016.
"Songs of Experience" - U2
Não, esse definitivamente não foi o melhor CD da vasta carreira do U2. Porém, se tratando de uma banda do calibre dos irlandeses, é claro que, de qualquer forma, viria sucesso por aí. Depois do seu último lançamento, "Songs of Innocence", em 2014, "Songs of Experience" funciona como um complemento ao CD anterior, mas mostra que os veteranos ainda são páreo duro aos concorrentes: o disco chegou ao topo das paradas americanas, ultrapassando Taylor Swift e, até mesmo, Ed Sheeran.
De cara nova, mas sempre respeitando o seu bom e velho rock'n roll tradicional, o U2 acabou se valendo de algumas modernidades em seu mais recente trabalho, como Auto-Tune em Love Is All We Have Left , colagem com efeitos vocais em Love Is Bigger Than Anything in Its Way e do ritmo mais dançante na efusiva The Blackout . A banda também conta com a participação do rapper Kendrick Lamar em duas faixas: Get Out of Your Own Way e American Soul .
Motivo de lotação de estádios ao redor do mundo - inclusive no Brasil, onde lotou cinco shows no Estádio do Morumbi, em São Paulo -, o U2 se mostra ainda na moda. Conserva fãs antigos e traz novos com suas músicas que transitam entre o politicamente correto e os problemas sofridos pela humanidade, até às baladas de amor que fazem todo mundo levantar a mãozinha e acender a lanterna do celular nos shows, como o single You're the best thing about me, que atingiu a vice-liderança na parada Adult Alternative Songs, criada pela Billboard.
"I see you" - The XX
Um das principais atrações do Lollapalooza deste ano, em São Paulo, o The XX l ançou o seu primeiro álbum homônimo em 2009 e chamou a atenção da crítica pelo seu som minimalista e, ao mesmo tempo, competente.
Já em 2012 eles levaram ao público o disco "Coexist", que, ao contrário do primeiro trabalho de estúdio, não agradou à crítica, que ainda sentia falta de um algo a mais que desse destaque à banda novamente.
A vontade do público, enfim, se concretizou em "I See You", CD que chega cinco anos após o último trabalho de estúdio da banda e mostra um som mais encorpado e fazendo mais uso das batidas eletrônicas de Jamie XX, que deram outra cara às canções do The XX e tornaram a banda interessante novamente. Em seu mais recente trabalho, a banda procurou expandir seus horizontes e explorar conceitos mais “positivos”, em contraponto com a estética mais sombria adotada em “XX”.
"4:44" - Jay Z
Lançado inicialmente em seu próprio serviço de streaming, "4:44" foi considerado como um álbum mais terapêutico e traz o rapper com uma cara mais humilde. Lançado inicialmente em seu serviço de streaming, o TIDAL , o CD foi disponibilizado apenas posteriormente na plataforma da Apple.
Ao longo de sua carreira muita coisa aconteceu no mundo no rap. O lado mais arrogante não era mais visto como interessante ao público e a discussão do papel do negro na América surgiu. Após o álbum "Lemonade", de sua esposa, Beyoncé, denunciar a infidelidade de Jay Z, o cantor engole o ego e, logo em Kill Jay Z , primeira faixa de seu mais recente trabalho, admite seus erros com a mulher, o irmão e a cunhada, a cantora Solange Knowles.
Apesar de curto e de ainda ser motivo para narizes torcidos contra o álbum, o trabalho de Jay Z conquistou a crítica e foi um dos mais destacados entre os indicados ao Grammy 2018: além de estar concorrendo ao disco do ano, o rapper está concorrento à música do ano por 4:44 e gravação do ano por The Story of O.J.
"Humanz" - Gorillaz
O álbum Humanz marca a volta dos monstrinhos após um hiato de sete anos longe dos estúdios. Este é o primeiro trabalho da banda de Damon Albarn e o primeiro desde "The Fall", de 2011. Com 26 faixas, o disco conta com uma lista de convidados especiais recheada: Grace Jones, e Mavis Staples, o grupo De La Soul, além de Pusha T, Vince Staples, Jehnny Beth (do Savages), D.R.A.M., Popcaan, Benjamin Clementine, entre outros.
A crítica se dividiu quanto ao novo trabalho: publicações como Pitchfork e Consequence of Sound deram avaliações regulares ao disco. Já veículos como The Guardian , NME e Exclaim! gostaram do trabalho e deram notas altas. Vale lembrar que a banda deverá tocar no Brasil, em São Paulo, no dia 30 de março de 2018.
"The 1st" - Willow Smith
Este é o segundo álbum da cantora que conseguiu fugir da imagem de "filha de Will Smith " para consolidar-se na carreira musical. O último disco lançado pela artista foi "Ardipithecus", de 2015, porém, em 2016, ela já havia disponibilizado "Mellifluous", um EP de inéditas com um estilo bem semelhante ao que viria em "The 1st".
Em seu mais recente trabalho de estúdio, há uma clara evoluçãodas canções de Willow em relação aos CDs anteriores. Utilizando de influências do folk, os arranjos do disco puxam para um lado acústico e com letras honestas que focam tanto na vida pessoal da cantora de 17 anos, como também em questões sociais.
O trabalho ainda conta com uma faixa instrumental ao piano tocado por Willow ( An Awkward Life Of An Awkward Girl ) e participações especiais de Dev Hynes, também conhecido como Blood Orange, e da dupla R&B Chloe x Halle.
Flower Boy
- Tyler, The Creator
Uma das atrações do Lollapalooza 2018 , Tyler, The Creator, também está entre os indicados na categoria de "Melhor Disco de Rap" no Grammy 2018. "Flower Boy" é o quarto disco da carreira do músico e sucesse "cherry Bomb", lançado em 2015.
Em um trabalho mais melódico, o músico conta com as colaborações de A$AP Rocky, Frank Ocean, Kali Uchis, Roy Ayers, Estelle, Lil Wayne, Steve Lacy e Anna Of the North. Apesar da pose de durão e das constantes letras que refletem misoginia, neste trabalho o rapper discute temas como a relação conflituosa que tem com o pai, a dificuldade que tem em relacionar-se com o sexo oposto - e até mesmo a insinuação de que seria homo ou bissexual na faixa Garden Shed
- e a busca pelo amor e felicidade, mostrando por vezes uma face mais emotiva que o confirma como um artista variado.
"Who Built The Moon? "- Noel Gallagher’s High Flying Birds
O novo álbum do ex-integrante do Oasis
, "Who Built The Moon?", foi lançado há menos de um mês e já vendeu 78 mil cópias - incluindo números de plataformas de streaming, com 76% desse valor vindo de vendas físicas. Apesar do sucesso, o músico mostra neste terceiro CD de sua carreira solo que consegue se virar bem sem depender da já conhecida sonoridade de sua antiga banda - o que trouxe algumas críticas pelos antigos fãs.
Produzido por David Holmes, que é famoso no ramo da música eletrônica, este trabalho mais recente de Noel conta com 12 faixas, com duas participações especiais: Johnny Marr em If Love Is The Law e Paul Weller em It’s A Beautiful World . Para essa nova fase mais dançante, Noel convocou o guitarrista Gem Archer e o baterista Chris Sharrock, com quem havia tocado nos últimos anos de Oasis. Após o fim da banda, em 2009, os dois se juntaram a Liam Gallagher, seu irmão com quem não fala desde 2009, no Beady Eye.
Abrindo para os cinco shows do U2, Noel passou recentemente pelo Brasil e trouxe algumas de suas novas faixas ao público que pareceu ceder aos novos encantos do inglês. Resta dar essa chance ao marrento e abrir a cabeça para escutá-lo sem comparações ao seu antigo grupo.
"As You Were" - Liam Gallagher
Eles adoram um barraco, mas como deixar os dois irmãos Gallagher fora dessa lista se ambos são talentosos e lançaram trabalhos incríveis nesse ano? Se Noel alcançou um incrível número de vendas de seu novo álbum, Liam não deixou por menos: seu primeiro álbum solo, "As You Were", o britânico atingiu a marca de 103 mil cópias vendidas e chegou ao topo das paradas.
Liam, que deve passar pelo Brasil em março de 2018 para uma apresentação no Lollapalloza, em São Paulo, mistura nesse trabalho um pouco de seu jeito marrento e, também, um lado mais maduro - e manso. Apesar disso, o irmão caçula segue firme ainda com o seu lado mais rock'n roll e promete agradar os fãs com esse trabalho que, facilmente, pode ser comparado à grande qualidade que sempre acompanhou sua antiga banda, Oasis, na qual era vocalista.
"After Laughter" - Paramore
A banda liderada por Hayley Williams não lançava nenhum trabalho inédito desde 2013 e, neste ano, voltou com tudo em um álbum que chegou a ser considerado como um dos melhores do ano pela Noisey e Stereogum .
O álbum concretiza Williams como sendo a cronista de sua geração, de uma forma que muitos gostariam de ser: fazendo com que a ansiedade em viver e a necessidade de reconhecer sua própria dor soem como algo musicalmente bom. E o mais importante, ela reconhece que mesmo estando coberta por uma nuvem infinita, ainda pode existir uma luz. A ruiva fala de assuntos ácidos, como ansiedade e depressão, de uma forma em que todos os jovens que os acompanham há tantos anos consigam se identificar na sletras.
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Com um pop rock mais pessimista, as músicas de " After Laughter" são espetaculares – especialmente as baladas Forgiveness e 26 , nas quais a dor da vocalista vai de encontro com faixas mais agressivas. Na opinião do público e da crítica, esse, com certeza, foi um dos melhores discos do ano.