Este ano foi de novidades. Não só no sentido de novos lançamentos, mas também de novos (ou novos velhos) artistas. Paulo Miklos, por exemplo, saiu do Titãs e tirou de si também tudo que tinha guardado em “ A Gente Mora no Agora ”. Tim Bernardes extrapolou as composições para O Terno em sua estreia solo. Baco Exú do Blues, Pabllo Vittar e Rincon Sapiência também estrearam este ano. Entre rock, pop, MPB, rap e samba, os bons lançamentos na música nacional foram muitos. Aqui, selecionamos os 10 melhores discos nacionais do ano. Confira:
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Far From Alaska – Unlikely
O FFA saiu de Natal (RN) e ganhou o Brasil com seu disco de estreia, “modeHuman”, em 2014. Porém, em 2017 o aclamado disco de estreia estava saturado. Não que não fosse bom, mas a própria banda não aguentava tocar o mesmo repertório nos shows. Sendo assim, eles fizeram as malas, foram para o Oregon e contaram com a produção de Sylvia Massy para trabalhar no sucessor. O resultado é um disco menos pesado, mais trabalhado, mas carregado de sensações e dos vocais impressionantes de Emmily Barreto. Um dos melhores discos de 2017.
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Criolo – Espiral de Ilusão
Talvez ele não goste da designação, mas Criolo foi um dos responsáveis por levar o rap de volta ao mainstream. Mas, as “caixas” que colocam os artistas em um estilo ou outro não servem para ele, que sempre flertou com o samba em seu som. Em 2017, ele abraçou de vez o estilo e lançou “Espiral de Ilusões”. Ficaram as letras, reflexivas da vida na favela, foram as batidas de rap. Seja num estilo ou no outro, o disco é mais um primor do artista que já figura entre um dos maiores da sua geração.
Pabllo Vittar – Vai passar Mal
O ano de Pabllo começou cedo, logo em janeiro, quando ela lançou seu disco de estreia, “Vai Passar Mal”. Ela já tinha tido um bom 2016, com “ Open Bar ” e de cara já criou um dos hits do carnaval com “ Todo Dia ” (Eu não espero o carnaval chegar pra ser vadia / Sou todo dia, sou todo dia!). “ Corpo Sensual ” e “ K.O ” seguem entre as mais tocadas do Brasil no Spotify, 12 meses depois do lançamento do disco, e a artista continua embalando as rádios e as baladas (e deve continuar pelo verão).
Baco Exú do Blues – Esú
“Mostrei os dentes antes de morder / Inocentes acharam que era um sorriso”. É carregado de uma ironia e sinceridade ímpares que o rapper Baco estreou em 2017. O baiano versa sobre amor, religião, pobreza, a rixa entre nordeste e sudeste, suicídio e mais, com uma crueza sem igual. Com apenas 21 anos, sua juventude fica aparente no trabalho, o que só engrandece seu talento. Sem medo de criar polêmica, ele chegou arrombando portas e já criou expectativa para seus próximos trabalhos.
Tim Bernardes – Recomeçar
Outra estreia de 2017 foi Tim Bernardes . O vocalista d’O Terno, que já gravou três discos com sua banda, decidiu desenvolver um trabalho solo. Foi assim que surgiu "Recomeçar", que o coloca entre os maiores letristas da atualidade. Tim canta sobre solidão e as dúvidas e angústias da juventude prestes acabar de um jeito honesto e por vezes dolorido. Além de colaborar com Miklos e fazer um dos melhores discos de 2016 com “Melhor do Que Parece”, Bernardes mostrou que ainda tem muita coisa pra dizer. E a gente quer escutar.
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Rincon Sapiência – Calanga Livre
Esse ano foi mesmo de estreias. Outro nome que já circulava no cenário do rap, mas ainda não tinha lançado disco próprio é Rincon Sapiência. “Esse disco vai do rock à ciranda, passando por afrobeat, rap mais clássico e outros ritmos”, declarou o rapper ao iG na época do lançamento. Com uma história para contar – de acordo com a lenda, Calanga era um rei no Congo que foi trazido ao Brasil como escravo – ele aproveitou o tempo que teve (passou dois anos trabalhando no álbum) para entregar um dos melhores discos do ano.
Chico Buarque – Caravanas
Chico gravou o primeiro disco de inéditas em seis anos com “Caravanas”, seu 38º disco da carreira. São nove faixas, todas autorais, que trazem o mesmo Chico Buarque poético de sempre, versando sobre amor (Se o teu vigia se alvoroçar / E, estrada afora, te conduzir / Basta soprar meu nome / Com teu perfume / Pra me atrair), futebol, vida e mais. Chico Buarque é tão bem-vindo em 2017 como já foi no passado.
Linn da Quebrada – Pajubá
“Pra ser viado assim tem que ter muito talento”. Quando Linn da Quebrada entrou na cena, em 2016, ela não tinha medo de jogar a real. E em 2017, quando saiu “ Pajubá ”, ela encontrou a ferramenta certa para se expressar. O disco saiu depois de uma “vaquinha” e conta com 14 músicas, todas acompanhadas de registros visuais. “Era um ‘Lemonade’ Transvyado que vocês queriam, meninas?”, comentou em relação ao disco de Beyoncé. O disco ainda conta com Glória Groove, Mulher Pepita e Liniker.
Paulo Miklos – A Gente Mora no Agora
Seu RG. Foi assim que Paulo Miklos definiu seu primeiro disco solo desde a saída do Titãs. O cantor, ator e autor juntou uma coleção de momentos pessoais, incluindo a perda da esposa, o cenário político atual e o bom e velho amor, como na emocionante “Vou te Encontrar”. Miklos convidou amigos e antigos colaboradores para compor esse trabalho, como Nando Reis e Arnaldo Antunes, mas também apostou em novos nomes, como Tim Bernardes (O Terno), Mallu Magalhães e Emicida. Essa mistura fica clara entre os diversos ritmos explorados no álbum, de samba a bossa, passando pelo rock. Paulo Miklos transbordou sentimento – todos eles – em “A gente Mora do Agora” e o resultado é o melhor disco do ano.
Mallu Magalhães – Vem
Mallu é divisora de opiniões. Difícil mesmo é ser indiferente a ela. E em 2017 com “ Vem ” não foi diferente. Teve quem amasse, teve quem achasse pretencioso. E, em meio a algumas polêmicas com o clipe do single “Você Não Presta”, seu novo disco mostrou uma maturidade digna de quem ficou cinco anos sem lançar algo novo e nesse meio tempo casou, mudou de país e teve um filho. Com certeza um dos melhores discos do ano.
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