Muito se fala na distribuição de conteúdo audiovisual por streaming e plataformas digitais, porém o mercado editorial também está entrando nesse nicho. No painel “Social Comics - Novidades e debate sobre quadrinhos digitais” nessa sexta-feira (8) na CCXP, convidados especialistas no tema falaram sobre o avanço iminente das HQs no universo tecnológico. A mesa foi pensada, sobretudo, para aquele público já fiel aos formatos tradicionais que acompanha o segmento, algo bem distante do perfil mais pop de dos demais auditórios.
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No começo da apresentação feita por João Paulo Setti, representante da Social Comics , uma espécie de Netflix dos quadrinhos, a plateia ainda estava vazia, mas em pouco tempo as cadeiras do Auditório Prime na CCXP começaram a se encher. Com a participação dos quadrinistas Gabriel Bá e Germana Viana, o editores Érico Rosa e Paulo Roberto Silva, este último responsável pela editora Devir, foi discutida a importância dessa migração entre os formatos. “Esse é mais um canal de distribuição e um dia pode até substituir as bancas de jornal”, prevê Paulo.
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Sem crise!
Experiente em criar publicações pensadas já para o ambiente digital, a criadora da HQ “Emporderadas”, Germana provoca: “uma coisa é aliada da outra, mas existem apocalípticos para tudo”, falando sobre a coexistência entre os universos. Mesmo tendo feito sua carreira nos meios tradicionais de publicação, Gabriel Bá é otimista com o futuro dos quadrinhos e explica que o meio digital abre inúmeras possibilidades que o impresso dificulta.
Um dos pontos abordados por ele e por Érico Rosa é a falta da memória da história dos quadrinhos que, uma vez que não são mais publicados ou reeditados, entram no limbo no esquecimento e acabam perdidas. O quadrinista, inclusive, explicou que está passando por um processo de digitalização de seus trabalhos antigos para, com o digital, recuperar esses conteúdos.
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As novas publicações e editoras também trilham o caminho de cada vez mais passarem suas HQs para o ambiente virtual. Paulo Roberto comenta que a divulgação dos quadrinhos no digital não interfere nas vendas do material físico. “Muitos desses players [do mercado] estão começando a entender a importância do digital. Não vendo isso como uma ameaça, muito tempo perdido pode ser recuperado”, explica Érico. A mesa da tarde desse segundo dia do evento mostra que, até o momento, a CCXP focou em resgatar a cultura nerd clássica, com perfil menos “pop” que a última edição.