Uma "performance" na abertura do 35º Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, na última terça-feira (26), está causando uma grande revolta após um vídeo com as cenas circular nas redes sociais.

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Homem nu interagi com criança durante performance no MAM
Reprodução
Homem nu interagi com criança durante performance no MAM

As imagens, constrangedoras aos olhos de qualquer ser humano, mostram uma menina que parece ter no máximo cinco anos de idade interagindo com um homem bem mais velho (o artista fluminense Wagner Schwartz) que está deitado no solo e com a sua genitália à mostra, durante "obra de arte" no MAM .

O artista se posiciona completamente nu em uma espécie de tatame e, então, pode ser manipulado pelos espectadores, no que consistiria a performance. A menina toca na canela e nos pés de Schwartz e depois sai engatinhando. Ela está acompanhada de uma mulher adulta – segundo o MAM, sua mãe.

Se a pequena criança está acompanhada de sua mãe, se o que estamos vendo é uma performance de arte, se isso é a liberdade de expressão pouco importa. Preservar a inocência de uma criança deveria ser uma das causas mais nobres em qualquer fatia do tempo, mas acíma de tudo nos dias atuais, onde casos de abuso sexuais se espalham pelas redes sociais.

Um espaço resguardado para artistas e pensadores deveria exercer, justamente, o papel contrário ao espetáculo grotesco que fomos obrigados a ver. Discussões que protegem a pureza e bondade de uma criança deveriam ser elaboradas por essas pessoas que são tidas como "mentes brilhantes", mas pelo contrário o que vimos foi uma exposição desnecessária ao mundo sexual.

Após o vídeo, com essas imanges fortes circularem pelas redes sociais circular pelas redes sociais, o museu tentou se explicar, justificar o injustificável. Mas já era tarde, a população não aguenta mais cenas desse tipo. É revoltante e indigno, mas antes de tudo vai contra a lei, outra que foi atropelada pelo acontecimento.

Segundo a lei brasileira é vedado, através do Estatuto da Criança e do Adolescente, a mera exposição visual de crianças à órgãos genitais. Além disso, o caso é também uma ocorrência de erotização infantil pois uma criança foi exposta a um homem desconhecido nu e incitada a toca-lo. Se o MAM escapar de uma ação criminal por este acontecimento será sorte.

Para o meio artístico crianças envolvidas em performances desse tipo podem até ser comuns, porém, a sociedade brasileira não é obrigada a assistir espetáculos desta natureza criminosa e continuar calada.

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Segundo o MAM, a performance aconteceu apenas uma vez, em sessão fechada para convidados. 

Veja a nota do museu:

O Museu de Arte Moderna de São Paulo informa que a performance "La Bête", que está sendo questionada em páginas no Facebook, foi realizada na abertura da Mostra Panorama da Arte Brasileira, em evento de inauguração.

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É importante ressaltar que o Museu tem a prática de sinalizar aos visitantes qualquer tema sensível à restrição de público. Neste sentido, a sala estava devidamente sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez artística. O trabalho não tem conteúdo erótico e trata-se de uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark, artista historicamente reconhecida pelas suas proposições artísticas interativas.

É importante ressaltar que o material apresentado nas plataformas digitais omite a informação de que a criança que aparece no vídeo estava acompanhada de sua mãe durante a abertura da exposição. Portanto, os esclarecimentos acima denotam que as referências à inadequação da situação são fora de contexto.

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