Não tinha jeito melhor de inaugurar a vinda ao Brasil. A banda The Who, uma das gigantes dos anos 1960 e considerada uma das maiores de rock de todos os tempos, estará arrepiando todos as partes possíveis do corpo de quem estiver no Rock In Rio 2017 com clássicos do rock e a empolgação da primeira visita à América Latina.
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O Rock In Rio não demorou muito para passar a apresentar maior diversidade nos line-ups e agradar mais de um público ao mesmo tempo mas, mesmo sendo um festival plural, a festa cheia de energia nunca deixou de carregar a essência do rock consigo. Nesse sentido é que dá para explicar a participação da banda The Who na lista de apresentações de 2017: o grupo que é considerado pioneiro no gênero rock’n roll vai marcar presença no 8º maior festival do mundo fazendo jus ao êxtase espiritual para o qual essa música sempre eleva quem a aprecia.
A vinda ao Brasil para os caras do The Who pode até ser novidade, mas se tem algo que não configura nada novo para eles é a agenda cheia. Entre as últimas aparições e shows do grupo, está o encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012 e a tour “Quadrophenia”, que aconteceu entre esse mesmo ano e 2013, proporcionando apresentações da banda em países da Europa e América do Norte.
O Brasil, porém, pode não ser um país europeu, mas a plateia do povo que mora nas terras tropicais é repleta de pessoas cheias de alegria e energia, público que supera qualquer outro já visto em shows antes. O Rock In Rio se aproxima e a pergunta que não quer calar é: será que os caras do The Who estão preparados para essa explosão de vibes que acontecerá em setembro? Enquanto não temos resposta, o que resta é tentar imaginar o que nos reserva o show do The Who aqui no Brasil, que está cada vez mais próximo.
A banda
Ao montarem os “The Confedereates”, Pete Townshend e John Entwistle não imaginavam o que estava por vir no futuro. Começando no grupo de “trad jazz”, um subgênero do jazz que nasceu entre as décadas de 1950 e 1960 e ficou popular no Reino Unido, Pete ficava no banjo e John com a trompa. Roger Daltrey, que conheceu John um tempo depois, acabou sendo convidado para fazer parte do experimento musical, a banda “The Detours” foi criada e a coisa acabou indo mais longe que do que se esperava.
Considerada um impulso para o que viria se tornar a The Who, o conjunto “The Detours”, nome que foi dado após a entrada de Roger Daltrey, explorava o blues americano e a música country, e começou tocando rhythm & blues. Na formação, Roger Daltrey ficava na guitarra base, Pete Townshend com a guitarra que fazia os desenhos, John Entwistle no baixo, Doug Sandom na bateria e Colin Dawson como vocalista. Depois de um tempo em atividade, Dawson deixou a “The Detours” e Daltrey assumiu sua vaga. Townshend se tornou o único guitarrista. Em 1964, Sandom também saiu do grupo, e Keith Moon se tornou seu baterista. Assim se formava a The Who.
Porém, não basta falar de The Who dizendo apenas como tudo começou. É preciso falar, também, da época de boom do grupo, que deixou o sucesso lado a lado com o de bandas de rock icônicas como Beatles e Rolling Stones. Quem viu isso acontecer, jamais diria que a fama alcançada pela criadora de hits como Pinball Wizard , Baba O’Riley e Behind Blue Eyes (que, posteriormente, rendeu outras versões, como a do grupo Limp Bizkit) cresceria cada vez mais depois de 1964, ganharia tamanho reconhecimento e, no mundo do rock, seria vista como uma das bandas mais clássicas e representativas.
Na carreira da The Who, porém, não foi só a dinâmica das apresentações que contribuiu bastante para que os integrantes ganhassem notoriedade enquanto conjunto. No início de tudo, em cada show da banda, os músicos costumavam quebrar completamente os instrumentos depois da última música do setlist e, por isso, foram ficando cada vez mais conhecidos pelo público. Na década de 60, a formação original era composta por Pete Townshend na guitarra, Roger Daltrey nos vocais, John Entwistle no baixo e Keith Moon na bateria, a mesma que já estava firmada após o grupo ter abandonado o nome “The Detours” e aderido o de “The Who”.
Na trajetória da banda, o sucesso veio voando e o reconhecimento veio ainda mais rápido, no entanto, nem sempre as delícias da fama foram maiores que os problemas reais e o grupo também acabou passando por alguns momentos difíceis e delicados. Em 1978, ainda que o álbum “Who Are You”, novo na época, foi lançado, a morte do baterista Keith Moon roubou toda a atenção do trabalho que era novidade para os fãs que acompanhavam a banda no fim da década de 1970. Após a perda, Kenney Jones substituiu o ex-baterista, mas também não ficou muito tempo na companhia dos outros integrantes, saindo logo do grupo.
Atualmente, a formação da The Who é composta por Roger Daltrey, que continua nos vocais, além de tocar gaita e guitarra, Pete Townshend ainda na guitarra, mas também no teclado e vocais. Zak Starkey, filho do Beatle Ringo Starr na bateria, Pino Palladino no baixo e Simon Townshend com mais uma guitarra e dando reforço com backing vocal. Além desses, há também John Coury, Loren Gold, J. Greg Miller, Reggie Grisham e Frank Simes entre os músicos que compõem a banda atualmente.
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Rock In Rio, primeira vinda ao Brasil e mais: vem um adeus por aí?
Em março deste ano, a The Who foi anunciada como uma das atrações do Rock in Rio e vai ser por meio desse festival, que está entre os maiores de rock do mundo, que a banda estreará nas terras tropicais, com o primeiro show no Brasil. Porém, apesar de toda a energia que o grupo icônico de rock promete trazer para o grande evento, há alegações do próprio conjunto de que essa é a “turnê de despedida”.
A banda The Who toca no Palco Mundo do Rock In Rio no dia 23 de setembro, e divide o dia com grupos como Guns n’ Roses, Incubus e Titãs.