A arte de escrever livros é considerada, por muitos, como a área mais nobre em que o ser humano pode atuar. Contar histórias
, fazer com que o público viaje sem sair do lugar, levar informações para todos os tipos de público de forma democrática... mas aparentemente, nem todos os escritores
deveriam ser escritores.
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Alguns livros não valem a pena nem como uma simples distração descompromissada. Seria melhor, inclusive, morrer do que perder tempo com eles. Listamos dez livros que não valem a leitura. Veja:
"O Dom de Natal" (Nora Roberts)
Um dos romances de uma escritora de grande sucesso da atualidade, "O Dom de Natal" tem a capacidade de deixar qualquer leitor diabético! Com duas histórias que se passam na época do Natal, todos os elementos se encaixam e não há nem mesmo uma reviravolta que crie tensão nas histórias. Dispensável. O único ponto positivo do livro são as receitas de biscoitos e outras comidas natalinas.
"Marimbondos de Fogo" (José Sarney)
Este foi o livro de poesias que levou o político José Sarney a ser premiado com uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL). Apesar disso, o livro foi bastante rechaçado pela crítica e recebeu algumas paródias em programas humorísticos. Sarney é, sem dúvidas, um escritor sem estilo. Há uma série de outras coisas que se pode fazer ao invés de ler "Marimbondos de Fogo"; morrer é só uma das opções.
"Til" (José de Alencar)
O contrário de buliçoso. Apesar de ser considerado um clássico e já ter figurado a lista de leituras obrigatórias do maior vestibular do país, "Til" é um livro monótono e que mostra uma personagem (a Til) condenada a sofrer. Desde o momento da concepção (um estupro), a jovem passa por maus bocados e sofre em silêncio por seu amor correspondido - mas que ela não pode demonstrar para não chatear a melhor amiga. A jovem acaba sozinha e triste, vendo a melhor amiga casar-se com seu grande amor. Lamentável.
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"Anônima Intimidade" (Michel Temer)
Mais um livro de poesias que pode passar batido na vida dos leitores. Com soluções óbvias e rimas verdadeiramente toscas, "Anônima Intimidade" não tem muita coisa a acrescentar mesmo para os verdadeiros amantes de poesia. Mais vale investir o tempo escolhendo o caixão e as flores para o velório.
"A Ditadura da Beleza" (Augusto Cury)
Não só "A Ditadura da Beleza", mas a obra completa de Augusto Cury não vale o esforço. Sendo uma autodenominada literatura de autoajuda, o psicólogo traz sempre as mesmas teorias para todas as situações que retrata em seus livros ("janelas light" e "janelas killler") - que, na verdade, nunca ajudaram ninguém. Além disso, as narrativas que ele cria para poder explicar e exemplificar suas teorias são pobres e desprovidas de realidade - o que mais atrapalha do que ajuda a quem busca soluções em seus livros.
"Belo Desastre" (Jamie McGuire)
"Belo Desastre" é um romance adolescente com cenas de sexo que tentam se igualar a "Cinquenta Tons de Cinza", mas não muitom, porque se não deixa de ser um livro feito para adolescentes. Isso faz com que o livro seja confuso em sua tarefa, não agradando nem a adolescentes e nem a adultos, além de banalizar o sexo e os relacionamentos abusivos (sim, Abby e Travis têm um relacionamento abusivo, graças ao ciúme doentio e a mania de controle dele). Simplesmente não vale o esforço.
"Indomável" (S. Miller)
"Indomável" é um dos livros que tentou pegar carona no sucesso da trilogia "Cinquenta Tons de Cinza". Mas não deu certo. S. Miller tenta ser sensual nas cenas de sexo entre um casal em Minas Gerais, mas acaba por ser vulgar sem ser sexy e não consegue agradar nem mesmo aqueles leitores que realmente gostam de romances eróticos. Se alguém deixar de lê-lo, não estará perdendo nada nesta encarnação (e nem nas próximas).
"Cinquenta Tons de Cinza" (E.L. James)
"Cinquenta Tons de Cinza" é um livro sobre sexo escrito por uma pessoa que não faz sexo para outras pessoas que não fazem sexo. Sem mais. Edward, Bella? São vocês? Além de lembrar a franquia "Crepúsculo" em muitos pontos (surpresa nenhuma, afinal, a saga começou como uma fanfic da história criada por Stephanie Meyer), mostra o BDSM de uma forma pouco fiel à realidade (denotando que a autora não conhece as práticas), e muito fantasiosa. Uma taça de vinho batizada com cianeto é mais tragável.
"Álbum de Casamento" (Nora Roberts)
Nora Roberts é especialista em romances água-com-açúcar. Especialmente quando eles envolvem casamentos e encontros que dão assustadoramente certo de primeira, sem percalços e problemas no caminho. Basicamente, a escritora sempre usa a premissa de que o amor vence qualquer coisa e sempre vale a pena em todas as suas histórias. Apenas mais do mesmo em suas obras.
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"Leite Derramado"
Chico Buarque é bom tanto na música quanto em seus livros e ninguém duvida. Mas "Leite Derramado" não faria nenhuma falta se não existisse. O narrador dá tantas voltas em sua história de vida que chega um ponto em que o leitor se perde e tem a impressão de que todos os personagens masculinos citados no livro se chamam Eulálio e não se sabe mais se ele está se referindo a ele, ao pai, ao avó, ao filho ou a algum antepassado de um século distante. E isso também causa bastante confusão em relação às mulheres apresentadas na trama. Não pode ser considerado um enredo fraco, mas é demasiadamente confuso. Aqueles que não lerem a obra, poderão dar seu último suspiro tranquilamente, pois não faz muita falta.