Dominique Abel e Fiona Gordon dirigem e protagonizam “Perdidos em Paris”, último filme com a digníssima presença de Emmanuelle Riva , grande dama do cinema francês – morta em janeiro deste ano. Adeptos do humor burlesco e clown, Abel e Gordon evocam a dinâmica de mestres do cinema do passado como Buster Keaton, Charles Chaplin ou Jacques Tati e fazem de seu filme uma grande ode a tempos menos cínicos.
Leia também: Espero que leve ternura ao público, diz Silvia Buarque de "Os Pobres Diabos"
“Perdidos em Paris” conta a história de Fiona, bibliotecária de uma pequena cidade canadense que recebe uma aflita e angustiada carta de sua tia Martha, uma senhora de 93 anos. Martha vive sozinha em Paris. Sem pestanejar, Fiona embarca no primeiro avião rumo à capital francesa apenas para descobrir que Martha desapareceu. Em uma verdadeira avalanche de desastres inexplicáveis, Fiona conhece Dom, um sem-teto egoísta e sedutor, que não vai deixá-la seguir sozinha em sua busca. Um conto divertido e cativante sobre três pessoas peculiares perdidas em Paris.
Leia também: Com delicadeza, "Os Pobres Diabos" alude tragédia de se fazer arte no Brasil
Fiona é uma presença cativante, atuando em inglês e francês, a atriz e diretora é a grande responsável por garantir a empatia do público junto à trama e aos personagens.
Leia também: Entretenimento de primeira, “Mulher- Maravilha” é o filme que o mundo esperava
O grande mérito do filme reside no fato de expor a maneira desajeitada com que os seres humanos buscam afeto e desenvolvem suas relações. Neste contexto específico, os três personagens centrais são bons referenciais.
Leia também: "Homem-Aranha: De Volta ao Lar" é o melhor filme do herói até agora
“Nadamos firmemente contra a maré: austeridade e cinismo não são coisas que queremos explorar. Preferimos nos concentrar em um pouco de inocência e espontaneidade, algo feliz”, observa Fiona Gordon, que esteve no Brasil em junho para divulgar “Perdidos em Paris” no festival Varilux de cinema francês.