Quem ficou impressionado com o vídeo viral do "fantasma do IML", que ganhou as redes sociais há algumas semanas, pode ter pesadelos depois de assistir "O Rastro" , que chega aos cinemas brasileiros em 18 de maio.
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Dirigido por J.C. Feyer, "O Rastro" tem Leandra Leal no elenco e acompanha a jornada do médico João Rocha (Rafael Cardoso) na supervisão da transferência de pacientes de um hospital público no Rio de Janeiro que será fechado por falta de verba. Tudo parece bem, até uma criança sumir dentro do hospital. O médico, então, tem que desbravar lugares obscuros e perigosos atrás do paciente desaparecido.
Em entrevista ao iG na CCXP, em São Paulo, o cineasta J.C. Feyer contou que o cenário não foi escolhido por acaso. "A realidade dá mais medo que o filme de terror. Chegar numa fila de um hospital e não ter médico, ter gente morrendo, é mais assustador do que ver um vulto dentro da sua casa", contou o diretor.
Fã de filmes de terror, ele buscou em longas feitos fora dos Estados Unidos semelhanças ao trabalho em que estava desenvolvendo e acha que os elementos brasileiros são os grandes trunfos do filme. "Decidimos que não podemos fazer um filme americano, temos que fazer um filme brasileiro, potencializar pro nosso mercado e nossa história", explicou.
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Para o longa, Feyer e os produtores escalaram Leandra Leal e Rafael Cardoso para o elenco. Para a atriz, a experiência foi ótima. "Foi tudo muito legal, era o que eu imaginava. Queria fazer mais até", confessou Leal, fã de filmes de terror, ao iG .
Diversidade
Ela comemora o ar mais fresco que o filme traz ao cinema nacional. "A gente está ficando com uma produção mais diversificada. Há uns anos, só a comédia dava certo", disse. "O público está com outros olhos, mas é difícil chegar neles. Competir com lançamento gringo ainda é difícil", lamentou a atriz.
O diretor corrobora com a visão da atriz. Apesar da diversficação da indústria, filmes como "O Rastro" ainda enfrentam certa resistência. "Não é fácil conseguir um patrocínio para esse filme, porque ele não é feliz, não tem pessoas andando de carro, não tem pessoas no telefone", disse JC Feyer. "As marcas não querem muito se associar a um filme difícil, a um filme duro, que não faz as pessoas sorrirem. Mas isso já está sendo quebrado", garantiu.
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O protagonista Rafael Cardoso acredita que o filme é mais um passo na fomentação de um cinema de terror no Brasil. "Eu acho que a gente não faz tanto [filmes de terror] para existir uma formação de público. A gente está dando um passo para que isso aconteça e este filme é um degrau", explicou o ator.
Mais do que mais um trabalho em sua carreira, o longa é especial para Rafael. "Eu estava muito animado porque isso fez parte da minha infância, assistir filme de terror era programa familiar. Quem nunca se fechou num quarto pra assistir a um filme de terror?", lembrou.
Se para o cinema nacional "O Rastro" pode abrir um novo caminho, para o público, o filme promete ser uma boa diversão. "Tomara que os fãs se surpreendam, acho que é um filme muito original. Eles podem esperar um grande entretenimento", garantiu JC Feyer.