Só pela reunião de cinco gigantes do cinema - sir Michael Caine , Morgan Freeman , Alan Arkin, Ann-Margret e, em papel secundário, Christopher Lloyd - “Despedida em grande estilo” já valeria o ingresso. Calculadora na mão, eles têm, juntos, exatos 399 anos de experiência. Pois o que chama atenção de imediato no filme dirigido por Zach Braff (“Hora de Voltar”), 42 anos, é a impressionante energia de um elenco formado por profissionais já avançados na melhor idade. E lidando com tema atualíssimo: a incapacidade das sociedades ocidentais, países nórdicos excluídos, de encontrar uma maneira para proteger seus trabalhadores idosos. Reforma da Previdência, anyone?
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![Cena do filme Cena do filme](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/av/7h/e2/av7he2m0vn8273wkxh2nutnel.jpg)
Inspirado livremente em filme homônimo de 1979 sobre três amigos que decidem roubar um banco afim de garantir um final de vida, por mais parodaxal que pareça, digno, para eles e suas famílias, “Despedida em grande estilo” é um retrato divertido e com alguns clichês hollywoodianos sobre a vida da classe media-baixa americana depois da globalização. Os empregos foram parar na China e no Vietnã e as aposentadorias privadas ficam indisponíveis no banco da noite para o dia. Sem dinheiro para pagar as contas do hospital – não há sistema de saúde público universal nos EUA – e a hipoteca da casa própria, Willie (Freeman), Joel (Caine) e Albert (Arkin) decidem “pegar o que é nosso de volta, à força”.
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A arquitetura do plano de assalto ao banco e o despertar tardio mas nem por isso menos fogoso da relação amorosa de Albert com Annie (Ann-Margret) resultam em gargalhadas que justificam a classificação de comedia para esta paródia bem construída de um convencional heist movie.
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O roteiro de Theodore Melfi, diretor do elogiado “Estrelas além do tempo”, deixou de lado o tom mais soturno do filme original, dando foco à crítica social. Da cadeira do cinema, é, de fato, difícil não se juntar ao desejo de vingança dos idosos contra as grandes corporações, notadamente os bancos. E, sob a sombra do assalto à Previdência Social brasileira, não torcer descaradamente pelo trio de Robin Hoods vovôs disposto a provar que idade, no fim das contas, está mesmo na cabeça, e no bolso, de cada um.