Os votos foram computados até terça-feira (21). No próximo domingo (26) conheceremos os vencedores da 89ª edição dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, mais popularmente conhecido como Oscar. A cerimônia será transmitida ao vivo pelo canal pago TNT a partir das 21h.
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A principal categoria do Oscar , a de melhor filme, reúne nove candidatos em 2017 e o iG analisa as chances de cada concorrente a seguir.
“La La Land: Cantando Estações”
Grande favorito, o musical de Damien Chazelle concorre a 14 estatuetas. Deve levar boa parte delas. A contagem final pode ficar entre oito e nove prêmios. A produção estrelada por Ryan Gosling e Emma Stone é o filme mais amado, e odiado, da temporada. A estafa de “La La Land” e o sentimento de que se deve premiar um filme mais sério ou menos alienador em um ano que elevou Trump à Casa Branca podem prejudicar o filme, que por outro lado capitaliza no desejo universal de escapismo.
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“Moonlight: Sob a Luz do Luar”
Grande rival do musical, esse drama sobre um jovem gay que cresce às margens da criminalidade concorre a oito Oscars e pode ser a opção mais à esquerda para quem está cansado do buzz de “La La Land”. É um filme autoral, com um tema importante e que, se premiado, atenderia às demandas por uma Academia mais inclusiva e socialmente responsável.
“Manchester à Beira-Mar”
Indicado a seis Oscars, esse talvez seja o candidato mais encorpado nos fundamentos do cinema; que deveria ser o critério prevalente, mas todo mundo sabe que não é. O filme de Kenneth Lonergan é pesado demais, grave demais para o momento do Oscar e do mundo. Sua excelência enquanto cinema não lhe basta.
“Um Limite Entre Nós”
Você viu?
Este é um filme que figura aqui na base do carisma de seus atores, Denzel Washington e Viola Davis, e pela urgência do texto, originalmente concebido para o teatro. É um drama familiar vigoroso que expõe a opressão da macheza no mundo em que vivemos. Pode se beneficiar de um eventual impulso #oscarssoblack, mas mesmo assim não seria a primeira opção.
“Estrelas Além do Tempo”
Filme de grande apelo popular e com o apoio do atores, maior colegiado da Academia com cerca de 1.300 dos mais de 6.500 que compõem a instituição, o filme pode se beneficiar do mesmo impulso por um #oscarssoblack com o acréscimo de ser solar, alto-astral e capitalizar no mesmo segmento em que “La La Land” reinou soberano durante boa parte da temporada.
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“Até o Último Homem”
Um filme de guerra pacifista é o tipo de produção que a Academia costuma receber bem. Não à toa o novo ímpeto de Mel Gibson como cineasta recebeu seis indicações. Suas chances de triunfo, no entanto, são parcas. Apenas a adesão de uma maioria republicana, mas que gosta de posar de democrata, algo muito parecido com o que vimos na última eleição presidencial, poderia converter o filme em um dos maiores azarões da história do Oscar.
“Lion – Uma Jornada para Casa”
A produção australiana é mais uma que foge do protagonista branco na temporada. Mas a diversidade está aqui para ser reconhecida, não necessariamente premiada. Ademais, falta ao filme musculatura dramática para aspirar ser um vencedor do Oscar de melhor filme. Mas são grandes as chances de ganhar alguma das seis estatuetas a que concorre.
“A Qualquer Custo”
Junto com “Moonlight”, esse faroeste pensativo é o menor filme, no sentido de ambição comercial e custo de produção, entre os indicados. Seria uma bem-vinda surpresa, mas suas chances são remotíssimas. Além do faroeste ser um gênero que não costuma vingar na categoria, o fato de não ter o diretor indicado deve desencorajar votos indecisos.
“A Chegada”
Único blockbuster formal na lista, ainda que internacionalmente perca em arrecadação para o favorito “La La Land”, a ficção científica de Denis Villeneuve recoloca o gênero na categoria. Esse é o maior mérito de “A Chegada” no Oscar. São oito indicações, inclusive nas nobres de direção e roteiro adaptado. Sua vitória seria seguramente a maior surpresa da história da premiação, tendo em vista a aversão dos acadêmicos em premiar filmes do gênero. Alguns já concorreram, mas jamais venceram.