A cantora Emília Monteiro desembarca promete colocar São Paulo para dançar com a turnê do álbum "Cheia de Graça", que mistura ritmos do Amapá à roupagens mais contemporâneas.
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"No sul, as pessoas não têm referências dos ritmos, mas dançam mesmo assim", contou Emília Monteiro em entrevista ao iG . "As pessoas são movidas pela vontade, elas vão reagir às coisas", continuou a cantora.
A mineira é filha de pais amapaenses e usa sua arte para divulgar os ritmos do Estado – que ela faz questão de frisar que são diferentes dos paraenses de Gaby Amarantos –, como o marabaixo e o batuque. "O Amapá é o Estado mais negro da Amazônia, a música deles tem muita influência caribenha", explicou.
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Foi isso que ela quis mostrar em "Cheia de Graça", o primeiro álbum de sua carreira, lançado em 2013. O disco dá uma roupagem moderna aos ritmos do Amapá e traz participações de Dona Onete, Aldo Sena e Nena Silva, percussionista do quilombo do Curiaú.
"A gente faz essa mescla do nosso jeito, não tem uma referência", disse Emília sobre a mistura. "É um arranjo completamente livre", continuou. O resultado é um som bem gostoso que é descrito pela cantora como uma música afro-latina-amazônica-negra.
Novo disco
Depois de quatro anos, o álbum "Cheia de Graça" encerra seu ciclo neste ano. A relação da mineira com o disco continua a mesma durante todo esse tempo. "Eu amadureci mais como artista nesse meio tempo", explicou.
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O trabalho na estrada com o disco fez com que ela soubesse melhor o que quer para o próximo álbum. "Meu novo disco vai ser mais festivo", antecipou. "Eu tenho certeza do que quero fazer", garantiu a artista.
Depois de passar por São Paulo, Emília continua sua turnê pelo Rio de Janeiro e volta a trabalhar no novo disco. A produção ainda depende da aprovação do projeto em um edital de incentivo à cultura. "Espero que saia logo", torceu.
Emília Monteiro em São Paulo
Quando: domingo, 12 de fevereiro, às 16h
Onde: Sesc Interlagos (Avenida Manuel Alves Soares, 1100, Parque Colonial)
Quanto: grátis