Uma notícia no fim da noite de segunda-feira (30) pegou meio mundo de surpresa. Ben Affleck não vai mais dirigir o filme solo do Batman , previsto para estrear em 2018. A notícia foi surpreendente porque falta pouco mais de um ano para a estreia do filme e, em um segundo momento, porque o ator goza de certo prestígio junto a Warner Bros, estúdio responsável pelos filmes do Batman e dos demais personagens da DC Comics.

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Ben Affleck conversa com Zack Snyder no set de
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Ben Affleck conversa com Zack Snyder no set de "Batman vs Superman"

Todos os filmes de Ben Affleck como diretor foram produzidos e distribuídos pelo Estúdio. “Medo da Verdade” (2007), “Atração Perigosa” (2010) e “Argo” (2012) foram grandes sucessos de crítica, o último inclusive venceu o Oscar, e tiveram desempenho satisfatório nas bilheterias. O mesmo não aconteceu com “A Lei da Noite” , mais recente fita do irmão de Casey Affleck como cineasta.

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O filme, lançado no Natal nos EUA e previsto para 23 de fevereiro no Brasil, foi um fracasso retumbante e inesperado e fará com que a Warner amargue um prejuízo de cerca de US$ 75 milhões. Esse revés foi preponderante na decisão do ator e cineasta de se afastar da direção de “The Batman”. “Interpretar esse personagem demanda foco, paixão e o melhor desempenho que eu possa prever”, escreveu em comunicado enviado à imprensa. “E tornou-se claro para mim que eu não posso cumprir com as duas tarefas no nível que o estúdio exige”.

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Ben Affleck como Batman

Affleck sabe que Warner e DC estão ciosas com o desempenho de seus filmes de heróis e a constante e desfavorável comparação com a Marvel e o fracasso de “A Lei da Noite” deve ter refletido imediatamente no pouco controle criativo que ele teria sobre o filme. O cineasta, para evitar futuras dores de cabeça, preferiu salvaguardar a boa relação que detém com o estúdio e ceder a cadeira de diretor, nesse caso também conhecido como pepino, para outro. Além de protagonista do filme, Affleck permanecerá vinculado ao projeto como produtor. Ou seja, ele poderá contribuir criativamente para o filme, mas desvincula-se de uma responsabilidade maior.

Vale lembrar que a escolha de Affleck para viver o Batman foi polêmica e revoltou a internet , mas o estúdio bancou a aposta, que apesar da lembrança do Framboesa de Ouro, vingou e a leitura de Affleck do personagem foi um dos poucos consensos positivos sobre “Batman vs Superman: A Origem da Justiça”. Esse contexto ajuda a entender o tamanho da pressão que paira sobre o projeto e da qual Affleck preferiu se desvencilhar ao menos em parte.

Ben Affleck em cena de
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Ben Affleck em cena de "A Lei da Noite": fracasso

A boataria está grande sobre quem poderia assumir a função. A Warner estaria interessada em Matt Reeves , diretor de “Planeta dos Macacos: O Confronto” e do próximo, “A Guerra”. Mas é improvável que ele obtenha liberação da FOX da pós-produção do novo filme da franquia símia para assumir o novo Batman. Atrasar a estreia do filme é mexer em um cronograma que jamais inspirou muita confiança. A Warner tem um problema e tanto para administrar. A internet pede a volta de Christopher Nolan, o que iria contra o projeto de universo compartilhado que o estúdio investe, ou David Fincher, que não poderia estar menos interessado no assunto.

Com Ben Affleck fora da cadeira de direção, “The Batman” se tornou uma das novelas mais interessantes para se acompanhar em Hollywood.

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