Nesta terça-feira (24), por volta das 11h30 e com transmissão ao vivo do canal pago TNT, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood revelará os indicados a 89ª edição do Oscar, cuja cerimônia será realizada em 26 de fevereiro com apresentação do comediante Jimmy Kimmel. Depois de uma temporada intensa e com um calendário mais esticado do que o habitual desde 2009, o mundo saberá finalmente quais serão os concorrentes ao Oscar 2017.
Leia mais: Dez tendências para o Oscar 2017
É prudente não esperar outra coisa que não o hit da temporada “La La Land: Cantando Estações” liderando a corrida. O filme deve receber entre 10 e 14 indicações. Se atingir as 14, empatará com “Titanic” (1997) e “A Malvada” (1950) como recordista em nomeações. O Oscar 2017 , no entanto, tem outras favas contadas. Os maiores oponentes a “La La Land” devem ser “Moonlight: Sob o Luar”, que estreia no Brasil em 23 de fevereiro, e “Manchester à Beira-Mar” , já em cartaz. O primeiro deve receber sete indicações e o segundo pode aparecer com algo entre seis e nove menções.
Leia mais: “La La Land: Cantando Estações” é mesmo a maravilha que todo mundo está dizendo
Há outros filmes que devem receber todo o carinho da academia. São os casos de “Até o Último Homem”, que estreia na próxima quinta-feira (26), agraciado pela crítica, o filme dirigido por Mel Gibson vem sendo percebido na temporada como um aceno de paz entre o astro caído em desgraça e Hollywood. Deve receber múltiplas indicações, inclusive para filme e ator. A grande incógnita é se a academia irá nomear Gibson entre os diretores, troféu que ele já venceu em 1996 por “Coração Valente”.
Se “Cercas”, terceiro filme de Denzel Washington na direção, “A Chegada” e “Lion: Uma Jornada para Casa” são outros exemplos de filmes com candidaturas suficientemente sólidas que devem emplacar entre os indicados a melhor filme, há incertezas no ar. Sucesso em Cannes e adorado pelos sindicatos, o western moderno “A Qualquer Custo” pode fisgar uma vaga; assim como “Animais Noturnos”, de Tom Ford, filme que tem boa presença nas premiações de sindicatos e consistência surpreendente no Bafta, prêmio da academia britânica.
Leia mais: Qual é o melhor filme para reagir à ascensão da era Trump no Oscar?
Filmes de veteranos prestigiados pela academia, no entanto, devem ter presença discreta na premiação deste ano. Ou até mesmo ficar de fora. Casos de Martin Scorsese e seu “Silêncio” e Clint Eastwood com “Sully”.
Atuações
A força de “La La Land” na temporada é tão grande que o filme deve ser o único a figurar no big five (filme, direção, roteiro, ator e atriz), uma combinação difícil de emplacar no Oscar, ainda mais de ganhar. As duas últimas produções que emplacaram o big Five foram “O Lado Bom da Vida” (2012) e “Trapaça” (2013), ambas de David O. Russell.
Entre os atores, além de Ryan Gosling, Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar) e Denzel Washington (Cercas) já parecem consolidados. Andrew Garfield por “Até o Último Homem” e Viggo Mortensen por “Capitão Fantástico” são as apostas mais seguras para completar a lista, mas Jake Gyllenhaal (“Animais Noturnos”) e Chris Pine por “A Qualquer Custo” não podem ser desprezados.
Entre as atrizes, se prepare para ouvir o nome de Meryl Streep mais uma vez entre as indicadas. Aquele discurso contra Trump foi a tacada definitiva em pleno curso da votação para aferir os indicados. Pela eficiente performance em “Florence – Quem é essa Mulher?”, a atriz deve receber sua 20ª, isso mesmo, sua 20ª indicação ao prêmio. Recorde absoluto e contando nas categorias de interpretação. O favoritismo ao prêmio, no entanto, é dividido entre Emma Stone (“La La Land”) e Natalie Portman (“Jackie”). A disputa vem desde o festival de Veneza, onde Stone levou a melhor. As outras duas vagas devem ser preenchidas com Amy Adams (“A Chegada”) e a francesa Isabelle Huppert (“Elle”). Ruth Negga (“Loving) e Emily Blunt (“A Garota no Trem”) são possibilidades remotas.
Outros destaques
O alemão “Toni Erdmann” talvez seja a única certeza na categoria de melhor filme estrangeiro, mas espere por “O Apartamento” do Irã e “My Life as a Zucchini” da Suíça na lista. Outras boas apostas são o russo “Paradise” e o canadense “É Apenas o Fim do Mundo”.
O sucesso de bilheteria “Zootopia” deve figurar entre os candidatos a melhor animação e largar como favorito ao prêmio. Entre os documentários, o vencedor do Urso de Ouro “Fogo no Mar” pode ser uma surpresa. “O.J: Made in America”, A “13ª emenda” e “I´m not Your Negro” devem trazer sequelas do #oscarsowhite para o centro da categoria de não ficção do Oscar 2017.