Quem estava com saudade de ver Renato Aragão e Dedé Santana juntos no cinema pode assistir a "Os Saltimbancos Trapalhões - Rumo a Hollywood", que estreia nesta quinta-feira (19). Nem parece que se passaram 17 anos - a química entre os dois já se mostra a mesma na primeira cena. Os dois contam ao iG sobre esse reencontro e bastidores do filme.
Leia mais: "Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood" é para fãs do grupo
"Eu estava com muita saudade de fazer cinema, é minha paixão. E o Dedé é um parceiro para a vida toda. Eu brinco que ele fez plástica, não podia deixar passar em branco, mas botóx ele não tem não, eu inventei", diverte-se o eterno Didi Mocó. O companheiro de cena em "Os Trapalhões" comenta como foi voltar a atuar com Renato. "Fazer cinema com ele é muito bom! Fizemos mais de 40 filmes juntos, além de muita televisão, muitos shows... A gente tem uma ligação muito grande, olho pra ele e sei mais ou menos o que está querendo e ele sabe pra onde conduzir", diz Dedé.
Leia mais: Maria Clara Gueiros fala de "Os Saltimbancos Trapalhões"
Mussum e Zacarias
Os dois falam das lembranças que tiveram no set com essa nova versão de "Os Saltimbancos Trapalhões", filme que já haviam feito em 1981 com Mussum e Zacarias . "Embora a história seja diferente, lembrei muito dos dois. Na cena do macarrão o Mussum fez um negócio que eu nunca mais esqueci: pegou um a coxa de galinha, enfiou na boca e deixou atravessado (imita o gesto). Aquilo não era ensaiado, era improvisado", recorda Dedé.
Leia mais: Globo prepara nova versão de Os Trapalhões para 2017
Os dois aparecem chorando sem falar nada, chorando, reunidos com o grupo em uma cena antiga inserida no final do longa, quando Didi se acaba de chorar de verdade no momento em que todo o elenco o aplaude. "Foi uma volta ao passado muito grande. Não era aquela cena que eu ensaiei, eu ia ser aplaudido pelo elenco atrás da cortina. Quando me puxaram para o palco e vi o elenco aplaudindo, eu desabei, comecei a chorar. Nem vi aquele take dos Trapalhões, mas nem precisou", confessa Renato.
Para ele, "o filme mantêm a essência dos Trapalhões e vai atingir a terceira geração. Os pais vão dizer aos fihos: 'isso é do meu tempo, eu via muito'. E eu agradeço". Questionado se o humor mudou ao longo das décadas, responde, do alto de seus 82 anos: "O meu não, o dos outros não sei".
Atrizes
Letícia Colin é uma das estrelas do elenco - que conta com Alinne Moraes, Marcos Frota, Emílio Dantas, Maria Clara Gueiros, Rafael Vitti e outros nomes. Ela vive Karina, filha do Barão ( Roberto Guilherme ), dono do circo, e ajuda Didi a colocar em prática o musical que os salvará de baixar a lona para sempre. "Foi emocionante estar em um filme dos Trapalhões, é muito emblemático. Desde o primeiro momento que soube que estavam pensando no meu nome, começaram as orações. Esse filme emocionante, divertido, brilhante", diz a atriz, que recorrer a vídeos e filmes antigos do grupo. "A internet democratizou o acesso, hoje em dia a gente consome as coisas como se fosse do nosso tempo".
Letícia diz se a experiência em musicais no teatro como "Hair", "O Grande Circo Místico" e "Mas Por Quê??! A História de Elvis" a ajudou a fazer as cenas. "Dá uma segurança de já ter cantado, mas é bem diferente fazer filmado. A repetição dá uma tranquilidade, saber que dava pra filmar no estúdio, deixar bonitinho".
Lívian Aragão, filha de Renato, também está no elenco. O pai coruja fala da escalação - eles já fizeram outros filmes bem antes de a atriz ter os atuais 17 anos. "Ela respirou cinema desde bebezinho, a mãe levava para assistir às cenas. Um dia ela disse: 'papai quero fazer um filme, mas quero com começo, meio e fim'. Falei que ela tinha que entrar numa fila, não é porque é minha filha que entraria, e ela disse: 'eu já sei chorar, papai'. Não teve jeito, escorreram duas lágrimas dos olhos dela e dos meus também", diz ele, emocionado.
O diretor João Daniel Tikhomiroff diz que lidou bem com os improvisos de Renato Aragão - mostrados ao final de "Os Saltimbancos Trapalhões - Rumo a Hollywood". "Trabalhar com o Rento é uma delícia, é um super profissional. Ele leva tudo muito a sério, decora, e tem o improviso, botar os cacos que ele gosta. A gente tem que deixar fluir, se não atrapalha porque é uma química maravilhosa que existe eentre Didi e Dedé e até com os outros personagens".
E será que a parceria continuará no cinema? "Eu estou torcendo que sejam feitos novos filmes. Enquanto o velho aguentar, estamos aí", diz Dedé, que aposta: "'Os Saltimbancos Trapalhões' vai ser um clássico do cinema nacional'.