O musical " La La Land: Cantando Estações
" foi o grande vencedor do Globo de Ouro
, que aconteceu na madrugada desta segunda-feira (9). Com sete prêmios, o filme estrelado por Ryan Gosling e Emma Stone quebrou o recorde de troféus conquistados por um filme em uma única edição da premiação.
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Além do prêmio principal ao qual estava concorrendo, o de melhor filme de comédia ou musical, "La La Land: Cantando Estações" ainda levou o Globo de Ouro de melhor ator em comédia ou musical, com Ryan Gosling; melhor atriz em comédia ou musical, com Emma Stone; melhor diretor e melhor roteiro, ambos com Damien Chazelle; e melhor trilha sonora e melhor canção original, com City of Stars .
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Apesar o filme mais cotado da temporada, os sete troféus de "La La Land" foram uma surpresa, principalmente porque o longa bateu concorrentes pesados para quebrar o recorde. As grandes vitórias vieram na categoria de direção, em que Damien Chazelle bateu Tom Ford e Kenneth Lonergan, e melhor atriz, em que Emma Stone venceu Meryl Streep em sua 29ª indicação.
Surpresas
Se "La La Land" já era bola cantada, boa parte dos vencedores nas categorias de cinema surpreenderam. "Moonlight" foi a surpresa negativa: indicado a seis categorias, o filme só levou uma, a de melhor filme de drama. "Manchester à Beira-Mar", indicado a cinco, só ganhou a de melhor ator em filme de drama, com Casey Affleck.
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A maior surpresa da noite ficou com Isabelle Huppert, que venceu o prêmio de melhor atriz em filme de drama, batendo Amy Adams e Natalie Portman. O filme francês "Elle" ainda levou o troféu de melhor filme em língua estrangeira.
Protestos
O tom dos discursos foi o mesmo: protestos velados contra o presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump. Quase todos os artistas e produtores que subiram ao palco falaram em usar a arte para unir as pessoas nos momentos difíceis que estão por vir. O mestre de cerimônias Jimmy Fallon fez piadas com Trump desde a abertura da premiação, arrancando gargalhadas e aplausos da plateia de artistas.
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A veterana Meryl Streep foi a mais enfática. Em seu discurso pelo prêmio pelo conjunto da obra, a atriz criticou Trump, pediu união em Hollywood e proteção aos jornalistas.
As categorias de séries de comédias levaram muitos artistas negros ao palco: as três foram vencidas por produções que fazem piada da vida da população negra nos Estados Unidos.
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O discurso mais marcante foi o de Tracee Ellis Ross, de "Black-ish". Escolhida a melhor atriz em série de musical ou comédia, ela dedicou o discurso às mulheres negras dos Estados Unidos. As outras categorias ficaram com "Atlanta", que foi eleita a melhor série de comédia ou musical e teve seu criador e protagonista Donald Glover escolhido o melhor ator em série de comédia ou musical.
Batalha do streaming
Nas séries de drama, mais surpresas: "The Crown" bateu as favoritas "Game of Thrones" e "Westworld" e levou o prêmio de melhor série de drama. A protagonista Clarie Foy, que interpreta a rainha Elizabeth II, foi eleita a melhor atriz em série de drama, batendo Winona Ryder, de "Stranger Things", e Evan Rachel Wood, de "Westworld".
Os dois troféus da série britânica deram a vitória à Netflix em uma batalha simbólica contra o Amazon Prime Video, serviço de streaming concorrente. A produtora da Amazon levou só um troféu para casa, o de melhor ator em série de drama, com Billy Bob Thornton em "Goliath".
Entretanto, as duas companhias se saíram melhor que a concorrente HBO. O canal a cabo chegou com nomes pesados, como "Game of Thrones" e "Westworld", e as novidades "Insecure" e "Divorce", mas saiu da cerimônia sem um prêmio sequer.
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Entre as minisséries, "The People v. O.J. Simpson: American Crime Story" e "The Night Manager" dividiram os prêmios. A série do FX foi eleita a melhor minissérie ou telefilme e ainda levou o prêmio de melhor atriz em minissérie ou telefilme, com Sarah Paulson. Já a produção da AMC levou os prêmios de melhor ator em minissérie ou telefilme, com Tom Hiddleston; melhor ator coadjuvante, com Hugh Laurie; e melhor atriz coadjuvante, com Olivia Colman.
Em uma cerimônia que teve um vencedor definido desde o começo, o Globo de Ouro conseguiu surpreender e sair do lugar comum, principalmente nas categorias de TV. Se por um lado "La La Land: Cantando Estações" já se torna um clássico moderno só pelo número recorde de troféus, produções como "Atlanta", "The Crown" e "Elle" ganham um olhar mais atento do público graças à premiação.