Depois de cinco anos de produção, " Moana: Um Mar de Aventuras " chegou finalmente aos cinemas brasileiros nessa quinta-feira (5), trazendo na bagagem um faturamento altíssimo na bilheteria dos Estados Unidos. Mais do que um sucesso comercial, o filme tem tudo para se tornar um dos clássicos da animação desta década. Pelo menos é o que esperam os diretores John Musker e Ron Clements .
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"Eu sinto que esse filme tem potencial para sobreviver ao teste do tempo", confessou Musker em entrevista ao iG durante a Comic Con Experience , em São Paulo. Para ele, " Moana " pode ser tão icônico quanto outros clássicos dirigidos pela dupla, como " A Pequena Sereia " e " Aladdin ".
Para os cineastas, o que mais chama atenção na nova animação da Disney é a protagonista. "Ela é uma princesa durona, não tem príncipe encantado, não tem romance", destacou Musker. "Nós fizemos a Ariel e a Jasmine, mas essa princesa é diferente. A história dela foca mais na jornada do herói", explicou o diretor.
Diretores de "A Princesa e o Sapo", filme que apresentou a princesa negra Tiana, Musker e Clements voltaram a mostrar uma princesa fora dos padrões clássicos. "Nós a desenhamos de uma maneira diferente, ela tem um corpo diferente, é mais uma guerreira", explicou Musker. "Mas nós amamos nossas personagens antigas, são como nossas filhas", deixou claro.
Sucesso
Acostumados com o sucesso de suas criações, eles estão surpresos com a repercussão de Moana. "É muito difícil fazer personagens que se conectem com os espectadores e pareçam reais, mas eu acho que ela é uma personagem bastante forte com a qual as pessoas se identificam", explicou Ron Clements.
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Em cartaz nos Estados Unidos desde o fim de novembro, o filme tem gerado ótimos comentários nas redes sociais. "As pessoas estão dizendo que este é o filme preferido delas da Disney", disse Musker. "Acho que é por causa da personagem e das músicas", continuou.
A trilha sonora é de fato uma parte bem importante do filme. Os diretores acreditam que o trabalho de Lin-Manuel Miranda, criador do fenômeno "Hamilton", foi essencial para que isso acontecesse. "As músicas adicionam emoção e o trabalho dele tem muita arte", destacou John Musker. O compositor começou a trabalhar no filme antes mesmo de estrear na Broadway com a peça mais bombada do ano passado.
Todo esse clima faz com que "Moana" se torne um trabalho único na carreira dos diretores. Além de ser a primeira experiência da dupla em um filme totalmente feito em CGI, o longa impactou a audiência de uma maneira inesperada. "As pessoas estão dizendo que o filme é inspirador, algo que a gente nunca tinha ouvido. Essa palavra sequer passou pela nossa cabeça durante a produção", confessou Musker. "Outro dia vi uma garotinha dizendo nas redes sociais que 'Moana' a fez acreditar que ela podia fazer qualquer coisa no mundo", lembrou Clements.
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No fundo, o que os diretores querem passar com "Moana" é uma mensagem que está na moda: seja você mesmo. "O filme é sobre buscar sua identidade, não deixar os outros te rotularem. É sobre encontrar uma maneira de ouvir seu eu interior", resumiu Ron Clements.