Marcelo Bandeira
Exclusivo

Ana Luiza Ferreira protagoniza "Beetlejuice" ao lado de Edu Sterblitch

Somando comédia e terror, a obra, que fica em cartaz até 10 de dezembro, entrega diversão para toda a família e é inspirada no filme "Os Fantasmas se Divertem"

Foto: Leo Aversa
Ana Luiza Ferreira e Eduardo Sterblitch

Nascida com um destino nitidamente traçado desde a tenra idade, a atriz Ana Luiza Ferreira encontrou sua grande paixão nas artes performáticas. Atualmente, ela deslumbra o palco da Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro, no papel de Lydia Deetz em "Beetlejuice: Os Fantasmas se Divertem — O Musical" e celebra novo "divisor de águas" na carreira, após oito anos da estreia que a consagrou no teatro, como a postulante Maria Roberta, de "Mudança de Hábito".  

"'Mudança de Hábito' mudou a minha vida. Estava prestes a desistir quando passei no teste. E não parou por aí! Fizemos uma temporada linda de quase um ano, contracenei com ídolos da infância, a crítica e o público me receberam bem. Sem dúvida, representou uma mudança importante na minha história. Porém, o 'Beetlejuice' chegou para ser uma concorrência forte (risos)", disse, demonstrando sua empolgação com o novo projeto. 

Foto: Adriano Dória
Ana Luiza Ferreira


Para Ana Luiza, a música foi o seu primeiro amor, e, embora hoje seja a "agregação" de todas as formas que a completa, a carioca mantém viva sua outra veia artística, de cantora pop, e se dedica a composições autorais como os hits e clipes "Hey" e "Fools", dois da trinca que preparou para 2023. "O que me realiza é saber que, quando canto, também estou atuando, já não tem como separar, e isso me hipnotiza", destacou ao iG. Confira o bate-papo na íntegra!


Foto: Adriano Dória
Ana Luiza Ferreira

1. "'Beetlejuicet' é um clássico cult, com uma base de fãs apaixonados, e ganhará uma sequência nos cinemas em 2024. Como tem sido a recepção do público em relação a ele? 

A quantidade de pessoas que a gente vê fantasiada ou com roupas listradas quando acende a luz da plateia no agradecimento é surreal. Sou admiradora da obra; na verdade, de todo o universo do Tim Burton, então me reconheço em cada uma. Com certeza, eu iria 'listradinha' também. Fora as mensagens de carinho que estão chegando, tento responder a todas e fico feliz por gostarem.  

O Edu (Sterblitch) é um gênio e um ser humano generoso, e o elenco é bastante talentoso. A produção da Touché está impecável, e a direção humana do nosso querido Tadeu Aguiar nos guiou por um caminho tão fascinante que não tem como não amar a "ousadia da adaptação brasileira". 

Foto: Leo Aversa
Ana Luiza Ferreira


2. Existe alguma parte da sua personagem com a qual se identifica pessoalmente? Como se prepara para ingressar na mente e no coração de Lydia a cada apresentação? Tem um ritual especial?

Eu me reconheço nela em vários parâmetros. Entendo a dor de perder um parente próximo e, assim como ela, ainda estou aprendendo a seguir em frente. Fui uma adolescente meio emo, que se sentia incompreendida pela sociedade e ouvia pop punk. Acredito que isso ajuda nas referências musicais. Antes de entrar em cena, me conecto com meus parceiros numa roda de energia, num abraço, faço minhas orações, e it's show time.

Foto: Adriano Dória
Ana Luiza Ferreira


3. "Beetlejuice" terá uma continuação e trará de volta Winona Ryder no papel — com a qual você, inclusive, já tem certa afinidade — depois de estrelar uma montagem de "Heathers". A que atribui essa conexão? Atuam em lugares parecidos?  

Apesar de o cinema e o teatro serem linguagens diferentes, acho que a gente se encontra ao fazer papéis fora do comum. Por vezes, me senti destoada da sociedade. Mesmo nos meus grupos de amigos, me considerava a artista num mar de engenheiros, médicos e advogados, ou a que tinha a risada mais estranha e o corpo não padrão. Essas "vivências" me permitem acessar um aspecto interessante no palco, afinal, costumo falar que o maior instrumento de pesquisa do ator é ele mesmo.

Foto: Adriano Dória
Ana Luiza Ferreira