Aos 26 anos, Thiago Muller é um dos novos nomes da música brasileira com destaque internacional. Radicado em Los Angeles, segunda maior cidade dos Estados Unidos, o rapaz se graduou na renomada Musicians Institute College of Contemporary Music. No entanto, seu primeiro trabalho no meio artístico veio muito cedo, aos 13, segundo nos contou, e foi quando escreveu um jingle para a Coca-Cola. Com um estilo definido como indie-folk, transita entre os ritmos latinos, como samba e merengue, misturados com elementos do pop. Ah, e detalhe: tudo com violão e até pandeiro.
Após lançar "Llevame", que ficou entre as 10 mais tocadas na Venezuela e que lhe rendeu a expressiva marca de 215 mil execuções no Spotify, ele apresentará nesta sexta-feira (6) seu novo single, composto em parceria com Tibi e sob a produção de Nico Farias, ambos indicados ao Grammy Latino. Trata-se de "Moça". A fim de saber mais sobre esse projeto, como ele tem se segurado no atual recolhimento, o que ainda quer fazer profissionalmente e algumas curiosidades acerca de sua família estrelada (sim, Thiago é filho de Anderson Muller e Marcella Muniz e irmão da também atriz Thais Muller), fomos atrás dele. Confira o bate-papo!
1. Você é filho de atores consagrados e irmão de atriz. Lembra a reação dos três quando disse que ia trilhar passos diferentes dos deles?
Minha família sempre me apoiou na música e nunca me puxou para ser ator, mas acho atuação incrível! Sou apaixonado por estas artes: teatro e cinema. As duas são minhas grandes paixões. E me lembro da reação deles na época, sim. Vieram perguntando se eu sabia cantar e qual instrumento queria tocar.
2. E como tomou essa decisão com tanta influência em casa?
Não foi uma escolha! Meu pai me mostrou um CD dos Beatles e me falou sobre a história do John Lennon quando eu era pequeno. Já a minha mãe escutava Cazuza, e eu a ouvia cantar as letras e achava lindo. Na mesma época, comecei a ver o filme do Ray Charles, ou seja, essas três figuras foram fundamentais. Eu não tinha o mesmo amor que minha família para a carreira de ator, porém encontrei na música um caminho a seguir.
3. Mesmo sendo da música, acha que existe uma cobrança da família e dos fãs por conta do seu DNA?
Todos sempre perguntam e não vou dizer que nunca vou atuar, mas precisaria de um tempo para estudar a arte. Se começasse, gostaria de iniciar pelo teatro. Atuação exige muito amor e trabalho, e, se algum dia essa oportunidade surgir para mim, eu quero dedicar tempo a isso!
4. Como define seu trabalho musical? E quem são os artistas que inspiram você?
Você viu?
Sempre vai mudando, mas, no começo, Cazuza sempre me inspirou muito, John Lennon, Ray Charles e Marilyn Monroe. Eu defino hoje em dia minha música como samba com um pouco de reggaeton e bossa-nova. Uma mistura do som tradicional brasileiro com outros ritmos latinos.
5. Como é sua relação com o público brasileiro?
No Brasil, meu público acaba sendo mais de São Paulo e do Rio. Amo o Brasil, é a minha casa.
6. Em tempos de quarentena, morando em LA, como você tem passado por esse período? E como o confinamento influenciou em seu processo criativo?
Foi um período muito delicado longe da família. Neste ano, tivemos insegurança de tudo, e, por conta disso, é fundamental estar perto das pessoas que a gente ama. No começo da quarentena, fiquei focado na escrita para entender tudo o que estava acontecendo e passava muito tempo com meus livros. Foi um momento de terapia, sem dúvida alguma, mas depois comecei a escrever mais músicas e a fazer minhas coisas.
7. Você lançou uma música há pouco tempo que foi sucesso na Venezuela. Seu projeto é, de fato, ter uma carreira internacional?
Sim! Tenho muitos amigos artistas com quem trabalho que são de outros países. Acho o mercado brasileiro muito forte, mas existe muita música latina que ainda não conhecemos. Quero muito poder me envolver nesses mercados para isso ser benéfico para as duas culturas. Por isso, foco também a carreira internacional.
8. Você pretende fazer trilhas de cinema nos Estados Unidos. É parte dos seus planos chegar a Hollywood?
Sim, comecei a trabalhar em trilhas por aqui há dois anos. Cinema é minha outra paixão, então acabou sendo muito bom para o meu trabalho. O processo de produção de um compositor é bem demorado, e é necessário prestar atenção para ver de que o projeto precisa, mas sempre tendo em vista que o diretor do filme é quem toma as decisões.
9. Do que mais sente falta no Brasil? E do que mais gosta de viver em Los Angeles?
Sinto falta dos amigos, do chope de domingo e do almoço de família, bem como da simplicidade do povo brasileiro, da padaria, da comida, de muitas coisas. Aprecio muito a diversidade de Los Angeles, a culinária, a arte. Gosto demais dessa cidade e das oportunidades que ela nos dá. É muito rica em cultura, museus, teatro, e quem realmente conhece LA se apaixona. A Califórnia também é um estado muito bom de se viver, com muitos parques naturais e vários lugares para conhecer.
10. Há projeto de lançar disco e fazer shows ou lives?
De shows ainda é muito cedo para falar devido ao cenário que estamos vivendo neste momento, mas lives estão sempre por vir, e ano que vem pretendo lançar meu EP. Estamos em produção e muito animados.