O Ilê Aiyê descartou a presença de pessoas brancas no bloco durante o Carnaval de 2024, ano em que o tradicional bloco afro da Bahia completa 50 anos de história.
O burburinho se deu após algumas entrevistas de Vovô, presidente do Ilê, para sites locais. O Ilê aponta para um erro de interpretação durante os diálogos.
“Informamos a todos que houve um erro de interpretação em uma fala de Vovô e que a política do bloco permanece a mesma. O Ilê Aiyê é e continuará sendo um bloco de carnaval apenas para afrodescendentes. Entendemos que ainda não é o momento para mudarmos a nossa política”, diz o Ilê.
O choque de informações gerou burburinho nas redes sociais. "Chocado com a notícia de que nos 50 anos do Ilê Aiyê será permitida a saída de brancos no bloco. E antes que o pessoal mais claro venha querer me ensinar a militar, como já é de costume dos racistas, devo dizer que para quem tem este quilombo como base identitária isso é triste", escreveu o ator Sulivã Bispo. "Que babado", respondeu a cantora Luedji Luna.
Para 2024, o Bloco Ilê Aiyê voltará a desfilar três dias durante o Carnaval de Salvador, mas a Pipoca do Ilê foi extinta. Em um desabafo após o Carnaval, os representantes do Bloco Afro pediram o fim da cortesia, já que a venda de fantasia para o bloco é a forma que a entidade tem de pagar as despesas.
"Em 2024, o Ilê Aiyê completa 50 anos de trajetória e, mais do que nunca, esse será o momento de honrar suas conquistas. Os brancos serão sempre bem-vindos nas festas, shows e ensaios do bloco. Mas o desfile do Mais Belo dos Belos no Carnaval de Salvador tem a sua beleza no agrupamento festivo e exaltação de pessoas de pele preta e assim permanecerá sendo", reafirmou o bloco, em comunicado.