Gabriel Perline

Seis anos após leilão, mansão de Clodovil em Ubatuba pode ser demolida

Paraíso abandonado, o imóvel chegou a ser arrematado, mas a compradora nunca pôde usá-lo e tentou anular leiloamento

Foto: Carlos Santos/ G1
Seis anos após primeiro leilão, mansão de Clodovil em Ubatuba está em ruínas

Seis anos após ser leiloada pela primeira vez, a mansão de Clodovil Hernandes em desuso desde a morte do estilista em 2009, corre o risco de ser demolida em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Abandonada e deteriorada com o tempo, a casa, que chegou a ser avaliada em R$ 1,6 milhão, está em uma disputa judicial, que envolve a posse por uma moradora de Campinas (SP) e um pedido de demolição feito pelo Ministério Público. 

Para pagar dívidas deixadas por Clodovil, a Justiça autorizou que a mansão que pertenceu a ele fosse a leilão. A primeira tentativa foi em 30 de novembro de 2017, mas não atraiu interessados. Só na terceira tentativa, no ano seguinte, que Thalita Daiane de Melo arrematou o imóvel com um lance de R$ 750 mil, mas nunca chegou a usufruir do espaço. Isso porque ela mesmo tentou anular o leilão após vencer o certame.

A defesa de Thalita chegou a dizer que ela "comprou gato por lebre" ao arrematar apenas o direito de uso da área, e não a propriedade do imóvel em si. O pedido para anular o leilão foi negado e, neste ano, a Justiça ainda determinou que o direito para uso do imóvel fosse transmitido para Thalita.

Demolição

Segundo a advogada Maria Hebe Queiroz, que representa o espólio de Clodovil, isso ainda não aconteceu porque o Ministério Público pediu a demolição total do imóvel. O pedido foi feito em 2021 e ainda não há uma decisão.

"O valor da arrematação encontra-se depositado em juízo e a posse ainda não foi transmitida para Thalita tendo em vista que um promotor solicitou a demolição da casa. Nós contestamos e não vamos demolir. É muito caro para demolir. A não ser que o poder público queira assumir as despesas", explicou.

Ao g1, arepresentante legal do espólio de Clodovil, a advogada Maria Hebe Queiroz, afirmou que a casa está em péssimo estado de conservação e que a Justiça nunca autorizou reformas no local. Somente um caseiro trabalha no imóvel para cortar o mato alto e impedir que haja invasões.

Os móveis e objetos da casa foram retirados há muitos anos. O famoso vaso sanitário do estilista foi vendido. O valor não foi revelado.

* Texto de Lívia Carvalho
Lívia Carvalho é estudante de Jornalismo e apaixonada por cultura pop. Antes de entrar no time da coluna, foi produtora, apresentadora e repórter no programa Edição Extra, da TV Gazeta. Siga Lívia Carvalho no Instagram: @liviasccarvalho