Gabriel Perline
Exclusivo

Veja os perigos do silicone industrial que matou ex-assistente de Mion

Lygia Fazio morreu aos 40 anos após sofrer AVC em decorrência de procedimentos estéticos

Foto: Reprodução/Instagram
Modelo morre aos 40 anos após sofrer AVC

Na última quarta-feira (31), a morte de Lygia Fazio por conta de prodecimentos estéticos chocou os internautas. Com exclusividade à coluna, a médica Luiza Rocha esclareceu os perigos do uso inadequado de substâncias como silicone industrial e polimetilmetacrilato.

A morte da modelo ocorreu por complicações relacionadas aos procedimentos realizados. Entretanto, o uso indevido de silicone industrial para aumentar o volume e preencher áreas do corpo, pode acarretar outros problemas.

Foi constatado que o silicone industrial não é aprovado pelas autoridades de saúde para uso médico. Já o PMMA é uma substância 100% biocompatível com o corpo humano.

Assim, o uso dessa forma ilegal pode causar diversas complicações graves, como inflamações, infecções, reações alérgicas, formulação de granulomas, necrose tecidual e falência dos órgãos.

A médica Luiza Rocha, experiente em tratamentos corporais minimamente invasivos, esclareceu mais informações sobre os procedimentos estéticos e riscos envolvidos no uso.

De acordo com ela, ainda existem equívocos sobre o PMMA. "Ele é utilizado na medicina há mais de 80 anos, e não só na medicina estética, mas em diversas áreas, como oftalmologia, ortopedia, cardiologia e neurologia. Se o PMMA nunca rejeitou no osso ou no cérebro, por que ele iria rejeitar no bumbum?", explicou

"O PMMA brasileiro aprovado pela Anvisa é considerado o melhor PMMA do mundo. Existem duas marcas: Linnea Safe e Biossimetric", completou

Diferente do silicone industrial, o PMMA não apresenta complicações como rejeição, migração e alergias. "O PMMA induz o nosso corpo a produzir um tecido rico em colágeno, portando sua consistência final é sólida (microesferas + tecido de colágeno), não havendo possibilidade de migração do local em que foi aplicado", disse.

"A migração acontece com substâncias clandestinas que possuem consistência de gel ou óleo, e que são incompatíveis com o corpo, como silicone industrial e hidrogel - o mesmo usado pela modelo Andressa Urach que trouxe uma série de complicações graves. Nossa clínica trabalha com PMMA desde 2015 e nunca tivemos nenhum tipo de complicação dessas citadas, pois elas não existem com o PMMA, nenhum relato existente na literatura", falou.

Sobre o caso da jornalista Lygia Fazio, a médica ressaltou que ela havia feito o procedimento de PMMA e não tinha apresentado nenhuma complicação.

"Ela já havia feito sim o aumento glúteo com PMMA com médico, e nenhuma complicação ocorreu e ela estava bem, porém ela não ficou satisfeita e queria mais e mais volume. Os médicos negaram fazer mais uma vez o procedimento, pois existe um limite. Foi quando ela procurou profissionais que não são médicos para realizar a aplicação de silicone industrial no bumbum. Ela colocou três litros dessa substância que gerou uma série de complicações, infelizmente resultando em sua morte após 3 semanas internada tentando retirar o óleo de silicone", relatou.

"O PMMA é seguro, muito seguro, e só pode ser vendido para médicos treinados. Se não fosse seguro eu não faria em meus pacientes, nem em mim e nem em minha família. Sua segurança é comprovada pela ciência. O problema é a desinformação que é propagada como se PMMA e silicone industrial fossem tudo a mesma coisa, quando na verdade são produtos complemente diferentes", finalizou.

*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko