Primeira mulher a narrar um jogo da Copa do Mundo masculina pela Globo, Renata Silveira fez um texto de despedida para seus seguidores, anunciando que a partir desta terça-feira (29) ela estaria trabalhando somente nas transmissões do site GE. Mas a emissora acaba de afirmar que ela estará ao vivo à frente de mais 11 partidas para todo o Brasil.

"Galera, foi uma delícia estar com vocês nas manhãs da Globo durante a Copa. A partir de amanhã estarei transmitindo os jogos das 16h da terceira rodada no site do GE. Encontro vocês lá", escreveu ela no Twitter.

As reações foram imediatas. Muitos de seus seguidores apontaram machismo por parte da audiência que criticou a presença de uma mulher narrando futebol masculino na TV aberta. Outros criticaram a Globo por privilegiar outros narradores em vez de dar mais espaço para as mulheres.

A coluna procurou a Globo para entender o motivo de Renata ter sido tirada da narração da TV. E a emissora explicou que a publicação da apresentadora está equivocada, pois ela ainda estará no comando de mais 11 partidas ao vivo para todo o Brasil, e mais 4 somente para o site GE.

"A narração feminina no futebol já é uma realidade e um sucesso. Já acontecia nas competições regulares de futebol e, agora, estrearam na Copa do Mundo masculina. Não há retrocesso nesse movimento. A Renata e a Natália Lara (no SporTV) estão muito bem avaliadas, com performances ótimas. As duas, inclusive, participarão da narração de jogos das oitavas de final da Copa do Mundo. Até sexta-feira, quando acaba a fase de grupos, a Renata Silveira será a narradora à frente de mais transmissões: 11 na TV Globo e 4 no ge. Temos quatro narradores no Catar. Com os jogos diminuindo, é natural que se priorize a narração do local. É parte do planejamento da nossa cobertura", disse a emissora em nota.

O que Renata quis dizer em sua publicação, de uma maneira torta e mal colocada, é que ela não estará mais à frente das transmissões da faixa das 7h por conta da reta final da primeira fase da Copa do Mundo, e também não aparecerá mais diariamente na tela da emissora, como vinha fazendo desde a estreia do campeonato.

A Globo sabe o preço que paga e a cruz que carrega para lidar com as críticas dos mais conservadores às presenças de mulheres em postos antigamente dominados por homens. Mas seu planejamento não será alterado por conta das reclamações daqueles que ainda não se acostumaram com essa realidade.