A atriz Claudia Alencar, a Mulher de Branco, de Tieta, revelou as torturas que sofreu durante o período da Ditadura Militar no Brasil. Emocionada ela relembrou no podcast Papagaio Falante, o momento em que foi capturada e espancada por fazer peças que criticavam o regime da época. 

Em São Paulo, a atriz dava aula a um grupo de atores na sua própria casa e lutava o quanto podia contra o facismo no país: "Eu era e sou contra. Fazia teatro nas ruas de São Paulo para denunciar as torturas. Meu grupo caiu nas mãos da Ditadura", disse Claudia. 

A mãe da artista, sem querer, foi a responsável por entregar a localização da filha aos policiais. "Foram me buscar na escola, me colocaram num camburão, e aí foi. Me torturavam muito", contou. 

"Me puseram um capuz e já começaram a me pisotear no carro, me jogaram numa cela fria, lá em São Paulo. Uma cela onde a gente fazia as necessidades lá mesmo. Eram choques e mais choques. Me puseram num pau de arara...", relembrou emocionada. 

Alencar, que na época tinha só 20 anos, hesitou quando Sérgio Mallandro questionou se ela tinha sofrido algum tipo de abuso sexual quando foi presa. "Eu não quero nem falar disso", declarou. "Fiquei com muito medo. Não falei nada para os meus pais o que eu tinha sofrido. Estava machucada e [depois que sai da prisão] fiquei um mês sem sair do meu quarto", comentou.

Claudia Alencar era amiga de Cássia Kis, atriz assumidamente bolsonarista e apoiadora do golpe militar. 

"Ela fica falando do posicionamento político dela, que é contrário ao da maioria dos artistas. Mas é homofóbica... Isso é um absurdo. Acho que ela é uma boa atriz, mas está equivocada. Tem uma postura mais enfática diante das coisas. Agora ela é religiosa também. Pode ter o posicionamento que você tiver, mas ela é homofóbica", criticou. 

*Com a colaboração de Amanda Moreira.