Carlos Alberto Sardenberg, comentarista de economia da Globo, deixou o canal nesta quinta-feira (11). Na emissora desde 2006, ele fazia análise política e econômica no Jornal da Globo e na GloboNews. O jornalista de 75 anos permanece na rádio CBN e no jornal O Globo, mas revela que decidiu se aposentar de alguns trabalhos para poder aproveitar mais a vida.
"Meus 76 anos, 53 de carreira, a necessidade de reduzir o ritmo de trabalho. Passei a maior parte de minha carreira, na escrita e na eletrônica, trabalhando à noite. Isso acumula um cansaço", revelou Sardenberg em comunicado.
"Agora, terei todas as noites livres e praticamente todas as tardes. Além da CBN e coluna no Globo, tenho planos de escrever dois livros, um sobre luto, perdas e outro com memórias dos anos 68, de que participei intensamente. E, claro, viajar mais, ler mais e, sobretudo, curtir as duas netas e os três netos", continuou
O jornalista, que passou 16 anos na Globo, atuava em diferentes setores do grupo desde 1998. Ele ressaltou que seu desligamento foi um acordo negociado entre as duas partes: "A saída foi cuidadosamente negociada. Manifestei meu interesse ao Ali e ao Ricardo Villela faz algum tempo. Entenderam meus motivos. Combinamos ficar até as eleições. E é isso. A casa foi muito correta na saída. Diria, mesmo, bastante generosa".
Ali Kamel, diretor-geral de jornalismo da Globo, em comunicado, rasgou elogios sobre Carlos e quase não soube pôr em palavras a grandiosidade do colega de profissão .
"É difícil apontar a qualidade mais marcante de Carlos Alberto Sardenberg. Para uns, é a clareza sem afetação com que traduz o economês. Para outros, é a simpatia e delicadeza com que trata todos, no ar ou nos bastidores", disse Kamel.
"Durante a pandemia de covid, Sardenberg teve de se afastar da Redação, mas seus comentários seguiram firmes de casa, tanto na GloboNews quanto no JG [Jornal da Globo]. Quando retornou ao trabalho presencial, abraçou cada colega emocionado. E esse é um ponto que sobressai na saudade que sentiremos. O Sarda é um colega espetacular, tem sempre uma história engraçada para contar e um olhar fraterno sobre o outro", confessou o diretor de jornalismo.
*Com a colaboração de Amanda Moreira.