Leka Begliomini revela os bastidores de viver com a bulimia dentro e fora do BBB
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Leka Begliomini revela os bastidores de viver com a bulimia dentro e fora do BBB

ATENÇÃO: Esse texto pode ser sensível para quem sofre de transtorno alimentar e distúrbio de imagem.

Há 20 anos, o Big Brother Brasil estreou na Globo e naquela época até mesmo a equipe do programa não fazia ideia do impacto que a atração provocou no país. Na 1ª edição, Alessandra Begliomini, conhecida como Leka, marcou uma geração com um transtorno alimentar que estava presente na sociedade, mas não era falado. Hoje, com um maior entendimento sobre o assunto, a ex-participante lança um livro contando os bastidores de como viveu com a bulimia na casa mais vigiada do país. 

Desde a adolescência, Leka tinha comportamentos compulsivos que para ela eram normais, como o uso de remédios para emagrecer, tomar chás que prometiam a perda de peso e forçar o vômito depois de comer muito. "Eu achava que era natural, porque todas as minhas amigas faziam. Todas tomavam diuréticos, laxantes e enfiavam o dedo dentro da garganta", comentou Begliomini em exclusiva à coluna.  

Quando entrou para o BBB1, sua bulimia, que até então não tinha nome, passou a ser exposta para todos os brasileiros. Algumas pessoas olharam com preconceito para a situação de Leka, mas por outro lado boa parte do público teve empatia e começou a debater um assunto que era velado, quase que escondido de propósito. 

"Não me senti desrespeitada em momento nenhum. Imagino que o trabalho deles [produção do BBB] também tenha sido tão difícil quanto o meu, porque eu acabei sendo a porta-voz de um rótulo forte", disse a participante da 1ª edição. 

Nos bastidores do reality, Alessandra teve suporte psicológico da equipe do programa, mas ela só soube da proporção que o assunto -- que ela mal compreendia -- tinha tomado quando saiu da casa. "A mídia inteira olhou para mim para ouvir o que eu tinha a dizer, mas me perguntaram sobre o único assunto que eu não tinha nada a dizer". 

"Quando saí e vi as imagens era muito engraçado a sensação de que aquilo não era eu, como se fosse uma personagem e aquilo um problema com o qual eu nem me identificava", relembrou. 

Loka, Eu?, primeiro livro escrito por Leka, tem o objetivo de conscientizar as pessoas que não entendem a bulimia e também servir de exemplo para a nova geração que deseja atingir um ideal estético inalcançável. A obra conta a trajetória de Begliomini desde a infância, quando ocorreu o primeiro gatilho do distúrbio, até o BBB e o seu processo de autoconhecimento. 

Outro assunto polêmico que também está no livro é o distúrbio de imagem, que segundo ela é o maior problema que enfrenta. Leka falou sobre um episódio que agravou esse transtorno depois de posar para a revista Playboy: "Eu assinei porque queria me vencer nesse lugar da vergonha do corpo, achei que se eu tivesse na capa nunca mais ia duvidar que sou uma pessoa magra", revelou Alessandra. 

Hoje, ela disse estar em "paz" e acredita que o conjunto de pequenos gatilhos a ajudaram a desenvolver seus problemas alimentares e transtornos de imagem. "Estou muito mais em paz do que eu já estive antes. Agora tenho mais ferramentas para lidar com as minhas dores, mas elas ainda existem, estão à espreita", finalizou a ex-BBB. 

Loka, Eu?, livro feito para ir contra os padrões de beleza estabelecidos pela sociedade, foi feito pela Matrix Editora, e será lançado no dia 27 de outubro, em São Paulo. 

*Com a colaboração de Amanda Moreira.

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