Em tom eleitoreiro, Jair Bolsonaro fez um discurso curioso no evento de 7 de Setembro em Brasília. Ele puxou um coro com seus apoiadores, pedindo para que gritassem a palavra "imbrochável", referindo-se à sua autodeclarada potência sexual. Embora tenha constrangido muitas pessoas, parece que a realidade é oposta ao termo que aplicou a si mesmo.
Em janeiro de 2020, a jornalista Thais Oyama lançou o livro Tormenta - O Governo Bolsonaro: Crises, Intrigas e Segredos, pela Companhia das Letras. E nele há um capítulo em que a autora revela que Bolsonaro faz uso frequente de Cialis, medicamento recomendado a homens que sofrem de disfunção erétil.
A publicação tem 180 páginas e conta alguns bastidores dos primeiros anos da gestão de Bolsonaro no cargo de presidente do Brasil, os trabalhos escusos de seus filhos e ainda conta com depoimentos de pessoas ligadas ao segundo colocado nas pesquisas de intenção de votos das eleições de outubro deste ano.
Em um trecho, a jornalista cita o episódio de um churrasco promovido por Bolsonaro que contou com membros de sua equipe. E foi neste ambiente de descontração que ele falou sobre o uso do remédio para ereção.
"O cardápio era churrasco acompanhado de mandioca, farofa, arroz e molho vinagrete. Sem a presença de nenhuma autoridade do Exército, o presidente conversou por uma hora e meia com todos. Falou pouco de política e muito de amenidades. Contou que ganhou quatro quilos desde que assumiu a Presidência; que Michelle 'sempre quer assistir novela'vquando ele quer ver futebol; e que toma Cialis, remédio indicado para casos de disfunção erétil (a amigos Bolsonaro nunca se importou em dizer que recorre ao medicamento). Seus aliados, porém, vivem de chamar seus adversários na rede de pinto murcho ou algo nesta linha", diz um trecho da publicação.
O site da revista Fórum fez o recorte deste trecho no mês de lançamento do livro de Thais Oyama, e a roteirista e jornalista Rosana Hermann resgatou a publicação nesta quarta-feira para apontar a contradição do coro puxado pelo presidente no ato de 7 de Setembro, já que ele faz uso de remédios para impotência.
— Rosana Hermann (@rosana) September 7, 2022