O anúncio da morte de Ravi (Juan Paiva) em Um Lugar ao Sol não foi bem aceito pelos fãs da novela, e despertou uma onda de críticas e acusações à autora Lícia Manzo, que passou a ser chamada de racista. O motivo para tal afirmação, segundo os noveleiros de plantão, é o fato de a autora não desenvolver personagens relevantes para atores negros em suas tramas. E no caso atual, a revolta era pela decisão em acabar com a vida do único negro de destaque da história.
Para entender as reclamações dos noveleiros, é importante pontuar que nas duas novelas anteriores de Lícia Manzo, somente três atores negros foram escalados para papéis fixos. Em A Vida da Gente (2011), vimos Neusa Borges e Marcello Melo Jr., e em Sete Vidas (2015), apenas Ju Colombo. Os demais negros que deram as caras fizeram apenas participações pontuais, de poucos episódios.
Por conta das novas políticas internas da Globo, virou uma regra escalar um elenco mais diverso. Por essa razão, Um Lugar ao Sol destoa em número de atores negros em comparação aos elencos das obras anteriores de Lícia Manzo. Colocada toda essa explicação, as reclamações dos fãs passam a fazer sentido.
No início da semana, a colunista Patrícia Kogut noticiou que Ravi morreria na atual novela das nove. E a notícia deixou os fãs da novela revoltados, incitando a discussão em torno da predileção da autora por atores brancos. Houve quem dissesse que Lícia teria raiva de negros, por isso ela havia decidido acabar com a vida do personagem interpretado por Juan Paiva.
Procurei a Globo no mesmo dia para saber se estava atenta a estas acusações iniciadas por conta da morte de Ravi, e a resposta foi: ele não morrerá em Um Lugar ao Sol. O desfecho noticiado era apenas em torno de um dos quatro finais gravados para a trama, mas que não irá ao ar.
Sobre as acusações de racismo, a emissora não quis comentar. Mas é importante deixar exposta a branquitude das obras da autora. E também alguns comentários bastante pertinentes sobre seu histórico na Globo: