Já imaginou lucrar até 60% anual se tornando sócio de mineradoras brasileiras de ouro, diamante e outros minérios?”
Essa frase estampa o cabeçalho do site da GDM Participações, uma empresa que se propõe a captar recursos com pessoas comuns com o propósito de financiar mineradoras de médio e pequeno portes. À frente do negócio está Daniel Martins, empresário também conhecido como o “Gordinho do Ouro”.
Na prática, a empresa promete retornos mensais aos participantes que aportam recursos em seu caixa. No entanto, algumas pessoas, após poucos meses, já não recebem os valores investidos de volta.
Segundo fontes, esta não é o primeiro golpe financeiro aplicado por Martins.
Em 2019, o empresário liderou um projeto chamado “Camarão Dourado II”. A iniciativa de revenda de camarões consistia na criação de uma Sociedade em Conta de Participação (SCP). Martins era o responsável por gerir o empreendimento, enquanto outros investidores aportavam recursos para viabilizar a operação do negócio.
Os participantes eram atraídos com a promessa de obter um rendimento mensal de 3% sobre o capital investido pelo prazo de 24 meses. Após esse período, Martins deveria restituir o valor investido integralmente. No entanto, os repasses de rendimentos duraram três meses e as demais previsões do acordo nunca foram cumpridas.
Para escapar das acusações de fraude, o empresário alegou que o negócio tinha se tornado inviável, embora não tenha comprovado o que impediu a continuidade do projeto. Em seguida, sem devolver o dinheiro de ninguém, sumiu.
No entanto, o histórico do empresário inclui outros episódios similares. Antes do suposto empreendimento de revenda de camarão, Martins deu início ao projeto chamado First Class. Conforme fontes, o modelo de operação era o mesmo: o empresário prometia repasses mensais de acordo com o valor aportado, assim como a devolução do investimento em um prazo predefinido.
Todavia, pouco depois de finalizar a captação de recursos, ele apresentou desculpas para o insucesso do empreendimento e, em seguida, sumiu sem restituir nenhum investidor.
Outras pessoas também alegam terem sido vítimas de uma cooperativa liderada por Martins. Sem surpresas, a Coompará utiliza o mesmo modelo de negócios dos projetos anteriores. Com o passar de alguns meses, o empresário, mais uma vez, deu as costas para os parceiros, alegando que o negócio não tinha como prosseguir.
A iniciativa mais recente de Martins é a empresa de financiamento de mineradoras. Por meio da GDM Participações, o Gordinho do Ouro repete a estratégia utilizada nos empreendimentos anteriores, segundo informações disponibilizadas no site da empresa.
Recentemente, apareceram na internet os primeiros relatos de investidores que dizem não ter recebido os rendimentos prometidos e que não conseguiram reaver os valores aportados ao decidir sair do negócio. Acusações semelhantes contra o empresário são feitas na Bolívia, Venezuela e Argentina, envolvendo um negócio chamado Seven Oportunity.
Na página da GDM Participações, Martins afirma ter negócios no exterior, como uma empresa chamada Gold Town, em Dubai, nos Emirados Árabes. Contudo, pesquisas junto as autoridades árabes não indicam a existência de qualquer empreendimento com tal nomenclatura.