Segundo o advogado criminalista Dr. Eduardo Mauricio, só no segundo trimestre de 2022 as tentativas de golpes online cresceram cerca de 20% no Brasil. Dentre estes, o que fica à frente em termos de maior número de vítimas (tanto pessoas físicas quanto empresas) é o golpe estilo “ransomware”, em que os criminosos invadem servidores e exigem dinheiro pelo resgate dos dados roubados.

Especialista em Direito Criminal fala sobre principais crimes digitais
Arquivo pessoal
Especialista em Direito Criminal fala sobre principais crimes digitais


Já o “Phishing” ocorre quando dados pessoais são colocados à venda na internet, como senhas de bancos, após usuários compartilharem informações pessoais através de interação com mensagens enganosas, que usam de engenharia social para estimular as pessoas a preencherem formulários e outros tipos de recursos.

O CEO da Eduardo Maurício Advogados, com atuação no Brasil, Portugal e Hungria, também conta que há o ataque “DDoS”, prática criminosa consistente em enviar milhares/milhões de requisições para um determinado endereço IP, com o objetivo de gerar uma sobrecarga, o que deixa o sistema da empresa vulnerável.

Fora os cibercrimes citados, temos o “botnets”, em que redes infectadas por softwares maliciosos podem ser controladas remotamente para atividades criminosas, além da expansão de dispositivos conectados (câmeras, geladeiras, sensores diversos, por exemplo), que trazem facilidades para o dia a dia, mas que aumentam a prática desse crime.

Fui vítima de cibercrime: e agora?


O especialista sugere que a principal providência é procurar um advogado criminalista que entenda de cibercrimes, para que ingresse com urgência com pedido de instauração de inquérito policial (que substitui um boletim de ocorrência feito pela própria pessoa comum, dando mais celeridade ao feito) em Delegacia de Polícia especializada ao combate de crimes digitais, para que, uma vez demonstrado os indícios de autoria e materialidade penal, seja investigado pela autoridade policial quem praticou o crime por trás dos computadores ou outros meios tecnológicos.

“As vítimas devem ter conhecimento que as operadoras, como por Google, Gmail e outras, em caso de um golpe iniciado por email ou conta de terceiro desconhecido, são obrigadas a fornecer geolocalização da conta de email utilizada para prática do crime, dados cadastrais, entre outras informações existentes, para que seja localizado o infrator com eficácia”, diz o advogado.

Dr. Eduardo Mauricio elucida que é essencial fazer uma limpeza no dispositivo ou até mesmo na conta hackeada/invadida, como por exemplo alteração de senhas, e principalmente ativar o maior número de autenticadores de segurança possíveis, como recebimento de código de confirmação em aparelho de telefone distinto, conta de email distinta, biometria, reconhecimento facial, dentre outros disponíveis.


Quais informações retirar dos fraudadores?

Dr. Eduardo Mauricio
Arquivo pessoal

Dr. Eduardo Mauricio


Para o Dr. Eduardo Mauricio, não se deve tentar retirar informações dos criminosos a fundo, pois isso pode de fato colocar em risco a segurança e a vida das possíveis vítimas, que não estão acostumadas a lidar com criminosos.

“Entretanto, os fatores mais importantes para a localização dos fraudadores digitais são: a) a geolocalização; b) os dados pessoais; c) dados bancários ou outros dados para pagamento; d) áudio da voz dos fraudadores; e) manter o contato com o criminoso digital em tempo real em conjunto com o advogado criminal especialista e a autoridade policial investigativa; f) preservar adequadamente as evidências do crime eletrônico; g) guardar o URL específico do golpe, que iniciam em “https: //“, que é o endereço do crime ou o ID do perfil ou se for WhatsApp e h) guardar os números dos telefones envolvidos”, conta o especialista.

O advogado finaliza ao dizer que é muito importante entender que a internet não é “terra sem lei” e que quanto mais divulgarem êxitos na descoberta dos criminosos por trás dos cibercrimes, mais estes pensarão duas vezes antes de praticarem os atos ilícitos.

Dr. Eduardo Mauricio declara que só no segundo trimestre de 2022 as tentativas de golpes online cresceram cerca de 20% no Brasil um dos golpes utilizados por criminosos na internet é a venda de dados pessoais coletados das vítimas através de interação por mensagens enganosas.

O advogado elucida que é essencial fazer uma limpeza no dispositivo ou até mesmo na conta hackeada/invadida. Para o Dr. Eduardo Mauricio, não se deve tentar retirar informações dos criminosos a fundo, pois isso pode de fato colocar em risco a segurança e a vida das possíveis vítimas.

O advogado finaliza ao dizer que é muito importante entender que a internet não é “terra sem lei” e que quanto mais divulgarem êxitos na descoberta dos criminosos por trás dos cibercrimes

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